O mestrando em microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) João Victor Rodrigues Pessoa Carvalho, de 24 anos, foi o primeiro voluntário a receber a vacina SpiN-TEC MCTI UFMG, imunizante desenvolvido com tecnologia e insumos totalmente nacionais e financiado por instituições brasileiras. "Eu fiquei sem entender o tamanho disso, que é um marco para ciência brasileira", disse Carvalho durante a solenidade realizada na manhã desta sexta-feira (25). O ato marcou o início da testagem do imunizante em humanos.
De acordo com o mestrando, ele se inscreveu pouco depois que as inscrições para o voluntariado foram abertas. "Eu me sentia no dever enquanto cidadão para participar dessa pesquisa e não apenas porque confio no trabalho dos meus professores e colegas", contou João Victor Carvalho. O cadastro para as fase 1 e 2 dos testes clínicos foi aberto no dia 17 de novembro. Conforme a UFMG, em menos de dez dias, mais de mil pessoas já haviam inscritos.
Para o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Paulo Alvim, o gesto do mestrando, em se voluntariar, é de extrema importância para a ciência brasileira e uma demonstração de compromisso com toda a sociedade. "É fundamental para a ciência a participação de voluntários. A ciência só avança com atitudes como a dele. É importante que deem reconhecimento para essas pessoas (voluntários)", destacou Alvim.
A participação de João Victor Carvalho nos estudos também foi destacada pelo professor Jorge Pinto. "No caso do João e de outros voluntários, eles estão contribuindo sem um benefício para eles. É um compromisso com a ciência, uma doação individual", pontuou o professor. De acordo com Pinto, somente na fase três é que os voluntários recebem uma vantagem específica qundo participam deste tipo de estudo. "Quem participa desse fase dos estudos são pessoas altruístas", destacou o professor, reforçando o compromisso desses voluntários com o social e não com vantagens individuais.