Afetados pela barragem

Vale define medidas emergências para minimizar danos a Índios Pataxós

A aldeia fica em São Joaquim de Bicas que teve o rio Paraopeba atingido pela lama tóxica

Sex, 15/02/19 - 16h06
índios foram afetados com a lama da barragem | Foto: Mauro Pimentel / AFP

Uma reunião entre o Ministério Público Federal (MPF), os índios Pataxós e a Vale definiu uma série de medidas emergências que a empresa deve tomar para minimizar os danos a aldeia Naô Xohã, da etnia Pataxó, atingida pelo rompimento da barragem Córrego do Feijão. A aldeia fica em São Joaquim de Bicas que teve o rio Paraopeba atingido pela lama tóxica. 

A reunião foi realizada nesta sexta-feira (15) e a Vale se comprometeu a verificar com os próprios Pataxós qual o tipo de alimentação deverá ser fornecida, em quantidade suficiente e culturalmente adequada.

Também será fornecida água mineral e providenciada a retirada das embalagens dispensadas. Os indígenas se ressentem da poluição e da falta de destinação adequada das embalagens, que vão se acumulando na aldeia.

Com relação às hortas e demais plantações dos Pataxós perdidas em decorrência da falta de água, a mineradora se comprometeu a fornecer os insumos e recursos necessários.

Devido ao mau cheiro na região, a Vale se comprometeu a aumentar a frequência do recolhimento de animais mortos e, com relação ao fornecimento de energia elétrica, a avaliar uma solução para o problema. Também será enviada uma equipe para prevenção de zoonoses e proliferação de vetores transmissores de doenças.

"As medidas emergenciais definidas pelos representantes dos pataxó serão tratadas em termo de acordo preliminar a ser negociado ao lado do povo indígena, tendo sido, nesta primeira reunião para tratar desse tema específico, estabelecidos tão somente compromissos mínimos e iniciais", explica o procurador Edmundo Dias.

Durante a reunião, os Pataxós relataram diversos danos ocasionados pelo rompimento da barragem, que vão desde a impossibilidade de utilizar a água do rio para atividades cotidianas como banho, lazer e alimentação, já que não podem mais pescar no rio. 

Relataram também danos culturais e que, devido à morte do rio Paraopeba, onde realizavam rituais, tiveram que cancelar a Festa da Água, que estava prevista para acontecer em abril. Também apresentaram demandas relacionadas a saúde, proliferação de vetores transmissores de doenças, morte de animais, dificuldade de transporte devido à condição das estradas na região, entre outras.

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