Mina Gongo Soco

Vale explica movimentação do talude em Barão de Cocais em vídeo; assista

Segundo a mineradora, não há elementos técnicos que permitam afirmar que a possível queda do talude vai provocar rompimento da barragem Sul Superior

Dom, 19/05/19 - 15h27
Estrutura está em nível 3 de alerta de rompimento, o mais crítico | Foto: Vale / reprodução

A Vale publicou, neste domingo (19), um vídeo em que explica as movimentações de um talude da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central de Minas, que pode se romper entre este domingo e o próximo sábado (25), segundo documento produzido pela própria mineradora. A queda do talude pode impactar a barragem Sul Superior, que armazena 4,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos.

No vídeo, a Vale explica que taludes são terrenos inclinados que dão sustentação à mina, e que foi identificado que o talude norte, localizado a 1,5 km da barragem, está se movimentando e pode se desprender. Com isso, o material do talude vai cair dentro da mina, que tem água e está inativa desde 2016.

De acordo com a mineradora, essa movimentação pode ou não impactar a estrutura da barragem e "não há elementos técnicos até o momento para se afirmar que o eventual deslizamento do talude provocará a ruptura" do barramento. A Vale diz que o talude está sendo monitorado 24 horas por dia, de forma remota, com uso de radar e estação robótica.

A preocupação das autoridades é que a queda do talude gere uma vibração capaz de provocar a liquefação da barragem Sul Superior e, assim, levar ao rompimento da estrutura. Neste sábado (18), a Defesa Civil de Minas Gerais realizou um novo simulado de evacuação da população de cerca de 6.000 pessoas que vivem na mancha de inundação da barragem. Um total de 1.625 moradores participou do treinamento.

No vídeo, a Vale afirma que adotou medidas preventivas, como a construção de uma contenção de concreto e posicionamento de telas metálicas e blocos de granito na jusante da barragem, "com o objetivo de reduzir os possíveis impactos às pessoas e ao meio ambiente no cenário extremo de um rompimento da estrutura".

No entanto, o tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil do Estado, disse neste sábado que, enquanto houver risco de rompimento do talude e da barragem de Gongo Soco, as obras de construção da contenção foram paralisadas pelo Ministério Público do Trabalho.

Assista ao vídeo produzido pela Vale:
 

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