Obra

Vale fará barreira para conter rejeitos da barragem em Barão de Cocais

Barreira de concreto ficará localizada 6 km à jusante da barragem; Defesa Civil informou que talude pode se acomodar em cava e barragem não romper

Por Luiz Fernando Motta e Carolina Caetano
Publicado em 28 de maio de 2019 | 12:37
 
 
Talude está localizado próximo à barragem Sul Superior Foto: Flickr

A Vale anunciou nesta terça-feira (28) que fará uma construção de contenção em concreto à jusante da barragem Sul Superior, em Barão de Cocais, na região Central de Minas. Segundo a mineradora, essa obra fará a retenção de grande parte do volume de rejeitos em caso de rompimento.

A empresa informou que iniciou na última quinta-feira (23), a terraplanagem para a obra. A barreira estará a 6 km da barragem. Serão construídas contenções com telas metálicas e posicionamento de blocos de granito, como forma de impor uma barreira física para reduzir a velocidade de avanço de uma possível mancha de rejeitos, contendo o espalhamento do material a uma área mais restrita.

O objetivo da obra seria "reduzir os possíveis impactos às pessoas e ao meio ambiente no cenário extremo de um rompimento da estrutura".

Talude pode se acomodar em cava

Após o talude norte da mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central do Estado, não se romper no último fim de semana, a Defesa Civil informou, na manhã desta terça-feira (27), que o talude pode se acomodar no fundo da cava. 

"No último relatório, o ponto médio de deslocamento está dando 19,7 cm. O ponto de maior deslocamento em 24,2 cm diário. O que a gente constata é que a velocidade vem aumentando ao longo do monitoramento. Leva a uma análise que, principalmente na parte inferior do maciço, ele tem um deslocamento mais rápido do que na parte posterior. Então leva a uma constatação que é um movimento de escorregamento, que a gente fala tecnicamente de deslizamento. Leva a uma prospecção que a maior tendência é que ele se acomode no fundo da cava. Como a dimensão da cava consegue conter o rejeito todo seria uma acomodação natural mesmo com a água que estão dentro da cava hoje. Isso é uma tendência, mas não podemos descartar as outras possibilidades", explicou Marcos Afonso Pereira, superintendente de Gestão de Riscos e Desastres da Defesa Civil.

População

Para a população, o superintendente afirmou que a Defesa Civil está nivelando as informações e tranquilizar todos os moradores.

"A Defesa Civil, junto com outros órgãos como Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, trabalhamos o pior cenário, que seria a ruptura da barragem. Fizemos dois simulados, e a população tem conhecimento de rotas de fuga, de planos e proteção. Nós temos duas situações distintas: uma mais real que é a do talude. Essa situação poderia gatilhar ou não a barragem, que levaria um rompimento. Esse é um cenário mais remoto. A população tem que ficar tranquila e seguir os plantões que foram estabelecidos", finalizou.

Trânsito de caminhões na cidade

Em função das obras de intervenção, a Vale informou que haverá um aumento na circulação de caminhões e equipamentos pela cidade com destino à mina de Gongo Soco, o que poderá causar eventuais transtornos ao trânsito.