A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) estima que 2.500 pessoas precisarão de internação no pico da pandemia do novo coronavírus no Estado, previsto para o dia 15 de julho. De acordo com o secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, as projeções devem estar próximas ao que será a realidade.
O número, segundo a SES-MG, diz respeito ao total de internações, considerando UTIs e enfermaria, e não há estimativa para o número total de casos. "De uma forma geral, focamos mais na necessidade de demanda de leito para as projeções do que nos casos confirmados, porque aqueles que não necessitam de internação têm menos impacto no sistema", explica Amaral.
Na última semana, a pasta anunciou a criação de um sistema de monitoramento de leitos no Estado, denominado Escritório de Leitos. O secretário explicou nesta quinta-feira (2) que a medida visa estabelecer uma aproximação com gestores hospitalares e municipais e garantir a acurácia dos dados referentes à ocupação das vagas de internação.
Esse acompanhamento mais próximo, conforme Amaral, vai permitir que o Estado tenha uma visão mais direcionada sobre a necessidade de abertura de leitos e da gestão adequada de recursos.
Internações
Desde o início da pandemia, dos 50.707 casos confirmados, 5.794 demandaram internação nas redes pública e privada do Estado, segundo o boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira. O relatório assistencial da SES-MG divulgado na quarta aponta que os leitos de enfermaria receberam 6.959 internações até o dia 24 de junho, somando casos com diagnóstico clínico.
Nos leitos de UTI, 1.523 pacientes foram internados. A média de internação por dia desde a primeira, no dia 16 de março, é de 172,29 internações-dia em leitos clínicos e 36,71 internações-dia em leitos de UTI Adulto. Até o momento foi observado tempo médio de permanência de 14,15 dias em leitos de terapia intensiva e 8,98 em leitos clínicos.
O Estado anunciou nesta quinta que o número de leitos de UTI em Minas recebeu um incremento de 50% desde o início da pandemia, passando de 2070 em fevereiro para 3.234 atualmente. A estimativa do poder público para suprir a necessidade de leitos entre o fim de julho e o início de agosto é de 2855 leitos de UTI e 1155 de enfermaria.
A ocupação dos leitos hoje, no entanto, não foi revelada. O sistema que atualizava diariamente a ocupação em Minas foi parcialmente suspenso para manutenção no início da semana para uma atualização do sistema seguindo a nova metodologia adotada pelo Governo. O último dado divulgado aponta que 68% dos leitos de UTI estavam ocupados no início da semana.
Questionada sobre os dados, a SES-MG afirmou em nota que "trabalha internamente para unificar os sistemas de gerenciamento de leitos (SUS Fácil, CNES e Credenciamento Estadual) e ter uma compreensão ainda melhor da realidade dos hospitais em Minas Gerais".