A recomendação de isolamento social para conter o avanço do coronavírus vale para todos, especialmente para quem se enquadra nos grupos de risco. Esse é o caso dos idosos, por exemplo, mas alguns não têm seguido a orientação. A reportagem foi às ruas de Belo Horizonte neste domingo (22) e encontrou com pessoas que, mesmo em maior exposição, não têm tomado rigorosamente a medida preventiva de ficar em casa.

"Faço caminhada todos os dias. Na situação que eu venho, não temo, porque tem menos pessoas nas ruas. Se tivesse muitas pessoas, não viria. Minha rotina mudou um pouco, mas não deixei de trabalhar e caminhar todos os dias. Meus filhos e esposa estão quietinhos em casa", disse um senhor de 69 anos, que caminhava pela Praça da Liberdade e preferiu não ser identificado.

Uma ronda da Polícia Militar na Praça da Liberdade exibia um áudio pedindo às pessoas que retornassem às suas casas para evitar o contágio do coronavírus. Muitos, continuaram as atividades físicas, apesar de que a orientação fez com que alguns repensassem a exposição. Caso de uma senhora de 73 anos, que deixou de ir à academia devido à pandemia, mas resolveu caminhar na rua.

"Na academia estamos mais expostos e agrupados. O ar corre mais livre. Não estou com medo de andar aqui. As pessoas estão mais distantes. Depois que vi a polícia, estou repensando, mas não tomei uma decisão ainda [de continuar caminhando na rua ou não]. Faço aula de dança e academia e não tenho nenhum problema de saúde", comenta a idosa, que também não quis ter o nome divulgado.

A movimentação, naturalmente, era menor que em outros dias, justamente pela pandemia do coronavírus. No entanto, alguns saíram de casa mesmo com orientação do isolamento social. A reportagem abordou inúmeras pessoas, tanto idosos quanto indivíduos mais jovens que realizavam atividades físicas na Praça da Liberdade, mas muitos preferiram não falar.