As indefinições sobre a descoberta de nova variante do vírus causador da covid-19 mobilizam as autoridades sanitárias em Minas Gerais. Nesta sexta-feira, a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) informou que vai monitorar o registro de casos causados pela B.1.1.529, nomeada de ‘omicron’, que foi detectada na África do Sul e em Hong Kong.
Segundo a SES, o Estado recebeu comunicado de risco do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde sobre a nova variante do Sars-CoV-2. A pasta ressaltou que vai manter o “monitoramento genômico e a vigilância epidemiológica acompanhando a incidência da doença causada pelo coronavírus no estado”.
O Brasil ainda não registrou casos de covid relacionados à linhagem recente do vírus. Os casos confirmados, até o momento, são em Botsuana, na África do Sul, em Hong Kong e em Israel. A reportagem questionou a prefeitura de Belo Horizonte que destacou o trabalho de monitoramento e sequenciamento genético feito em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação Ezequiel Dias (Funed) para detectar a presença de novas variantes na capital mineira e nas demais cidades do Estado.
Além disso, a PBH afirmou que também monitora a chegada de pessoas de outros países para avaliar a necessidade de quarentena.
Temor
A B.1.1.529 foi considerada como uma variante de preocupação pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que marcou reunião para esta sexta-feira para discutir o assunto. A variante B.1.1.529, segundo a BBC News, registrou 50 mutações no total e 32 mutações na proteína spike, que é justamente a parte do vírus que a maioria das vacinas usa para preparar o sistema imunológico contra a Covid-19.
As mutações na proteína spike podem afetar a capacidade do vírus de infectar células e se espalhar, mas também dificultar o ataque das células do sistema imunológico sobre o patógeno.
O problema das mutações é que tornam a proteína spike muito diferente da que foi usada no desenvolvimento das vacinas podendo, em tese, reduzir a eficácia das vacinas.Ainda são necessários estudos aprofundados para identificar o impacto das mutações em características como a transmissibilidade, letalidade e eficácia das vacinas contra a Covid-19.
O laboratório alemão BioNTech, sócio da Pfizer, informou, inclusive, que em até duas semanas serão conhecidos os resultados dos primeiros estudos que avaliam se a nova variante é capaz de escapar da proteção vacinal.
No Brasil, a Anvisa recomendou restringir voos vindos de seis países africanos (África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue). A medida ainda não foi adotada.
*Com informações de agências