Desde o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, no dia 26 de abril - data do primeiro caso confirmado da doença, em São Paulo - Minas Gerais já registrou 125 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma das consequência mais cruéis da Covid-19, segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil (Arpen-Brasil).
Se comparado ao mesmo período do ano anterior - entre 26 de abril e 7 de maio - esse número cresceu cerca de 278%, já que em 2019 foram registrados 33 óbitos nesses dias.
Dessas mortes em 2020, 106 acontecerem em hospitais, 18 em casa, uma em via pública e quatro em outros locais. Essas estatísticas apresentadas se baseiam nas Declarações de Óbito (DO) registradas nos Cartórios do País relacionadas à Covid-19.
Coronavírus: Número de óbitos em cartórios é quase o dobro do boletim de MG
De acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta quinta-feira (7), Minas Gerais já teve 7.355 casos de SRAG em 2020, um aumento de 513% em relação a 2019, quando 1.200 pessoas foram diagnosticados.
A SRAG é considerada um dos sintomas mais graves do novo coronavírus. Outras doenças podem causá-la, como gripe e pneumonia.
Análise
Segundo o infectologista Carlos Starling, esse aumento “importante e significativo” pode estar associado ao coronavírus, porém, vale destacar que estamos em uma época do ano que o clima favorece a circulação dos mais diferentes vírus.
“Isso se deve muito provavelmente ao efeito corona, com essa situação de que temos um novo vírus aliado a outros vírus que já circulam nessa época. Agora que estão chegando testes com mais disponibilidade é que poderemos começar a destrinchar essa síndrome, se isso é influenza, se é metapneumovírus ou se é novo coronavírus”, diz.