Coletiva

'O presidente não ignora a ciência', defende ministro da Casa Civil, Braga Neto

Durante coletiva sobre o balanço dos 500 dias do governo Bolsonaro, ministro da Casa Civil Walter Braga Neto disse saída de Nelson Teich foi uma decisão de 'foro íntimo'

Por Igor Veiga
Publicado em 15 de maio de 2020 | 18:39
 
 
Reprodução/TV Brasil

Em coletiva sobre o balanço dos 500 dias do governo, dois dos ministros do presidente Jair Bolsonaro se esquivaram sobre os motivos que levaram ao pedido de demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich.

"O ministro Teich saiu por uma questão de foro íntimo. O presidente não ignora a ciência. São visões diferentes apenas", defendeu o ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, ao ser perguntado sobre as divergências de Bolsonaro com Teich sobre o uso indiscriminado da cloroquina como tratamento para a Covid-19.

"As pessoas estão sendo curadas assim, com cloroquina. Elas não têm opção, estão morrendo. Mas não, falam que precisa de pesquisa etc", criticou o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. "Foi uma decisão de foro íntimo, simples assim", concluiu Ramos sobre a saída de Teich.

Toma quem quiser

A coletiva também contou com a presença da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que ressaltou que a recomendação o uso da cloroquina para tratamento da Covid-19 em casos leves não significa obrigação.

"Toma quem quiser. Se você não quiser, não toma. Basta fazer uma declaração escrita dizendo que não quer receber o medicamento e pronto", afirmou Damares.

Vários estudos científicos publicados até então apontam que a hidroxicloroquina e a cloroquina não traz beneficios para os pacientes do novo coronavírus, além de aumentar o risco de graves problemas de saúde e de morte do paciente. No entanto, segundo a ministra, é uma questão de ponto de vista.

"Assim como outras áreas, na medicina e na ciência, existem correntes. Existem aqueles estudos que dizem que não traz benefícios, mas há outra corrente que mostra que as pessoas estão sendo curadas com a cloroquina", defendeu.