A expectativa do mercado é que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, aumenta a taxa básica de juros, a Selic, em um ponto percentual e chegue a 12,75%. A reunião começou nesta terça-feira (3) e a decisão será divulgada nesta quarta-feira, no fim do dia.
Em comunicado da última reunião, o Copom indicou que continuará a elevar os juros básicos até que a inflação esteja controlada no médio prazo. O que não está acontecendo, já que o índice inflacionário do país está em 12,7% no acumulado em doze meses terminados em março de 2022.
Mas em que essa elevação dos juros afeta a vida do cidadão comum?
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No entendimento da autoridade, se elevar a taxa de juros, o crédito fica mais caro (juros sobre empréstimos e cartão de crédito sobem, por exemplo), assim como a remuneração da poupança. Isso retém os gastos dos brasileiros. Com menor procura, há pressão sobre a oferta. Assim, com mais disponibilidade de produtos e serviços no mercado, há a crença de que os preços tendem a cair.
Crédito mais caro
A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia, pois também encarecem operações de crédito para investimentos do setor produtivo, por exemplo. Uma indústria que quer comprar equipamentos e um agricultor que quer financiar a colheita, por exemplo, terão juros mais caros no sistema financeiro.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Poupança
A poupança tem um rendimento fixo com a Selic mais alta, acima de 8,5%
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Se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano (como está hoje): a poupança rende 0,5% sobre o valor depositado + Taxa Referencial;
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Se a taxa Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano (como foi em grande parte de 2021): a poupança rende 70% da Selic + Taxa Referencial