O Dia do Sorvete é celebrado neste sábado, 23 de setembro. A data foi escolhida para marcar o início da primavera e a chegada de temperaturas mais elevadas, que estimulam o consumo dessa deliciosa sobremesa. E como uma forte onda de calor chegou ao Brasil na última semana, as sorveterias de Belo Horizonte já estão faturando mais alto há alguns dias. Em todos os cantos da cidade, as lojas de sorvetes estão cheias. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS), as sorveterias do país devem ter um aumento de 30% nas vendas nesta semana, comparando com os números das últimas semanas, quando esse calorão ainda não havia chegado ao país.
Na Zenon Sorvetes, loja tradicional que fica no bairro do Horto, região Leste de Belo Horizonte, o movimento já foi bem maior nos últimos dias. O proprietário da sorveteria, Zenon Barbosa dos Santos, está com a produção a todo vapor para conseguir suprir a demanda. Além de produzir os sorvetes, ele também administra a sorveteria, fundada em 1991. A loja fica no mesmo imóvel da casa do senhor Zenon, na rua São Marcos.
Viúvo e com quatro filhos na época, ele decidiu abrir o comércio dessa forma para conseguir acompanhar mais de perto a família. E deu muito certo. Hoje, a sorveteria tem 32 anos de funcionamento.
“Muitos clientes são fiéis e consigo saber quais os sabores eles mais gostam”, afirma o senhor Zenon. Entre os sorvetes mais procurados, estão os de chocolate, maracujá e framboesa. A casquinha com uma bola custa R$ 5. A com duas bolas sai a R$ 10.
O calor escaldante também provocou um aumento do número de clientes nesta semana na Jamil Sorvetes, no bairro Gutierrez, região Oeste de Belo Horizonte. O movimento lá tem crescido bastante a partir do meio-dia. É nesse horário que as pessoas saem para almoçar e, com as altas temperaturas, acabam buscando um sorvetinho de sobremesa.
Esse foi o caso da empresária Carla Ferreira dos Santos, que se deliciava com uma casquinha de chocolate. “Passei aqui na frente da sorveteria depois do almoço e não resisti. Nesse calorão, a gente precisa se refrescar”, afirma.
No meio da tarde, a sorveteria também está com um movimento maior nesta semana. O estudante Miguel Couto de Souza preferiu pedir o açaí, que também é vendido no local. “Sempre que está quente desse jeito, fico com vontade de tomar açaí”.
E o momento não poderia ser melhor para a Jamil Sorvetes, que ocupa um espaço na avenida Francisco Sá onde por muitos anos funcionou uma loja da tradicional rede de sorveterias Almeida.
“A sorveteria foi ampliada e inaugurou no último domingo uma nova parte com mesas internas”, explicou a balconista Daniela Faustim da Silva, que atendia uma fila de clientes que queriam pagar pelos sorvetes.
Apesar das vendas dispararem nesta semana, as sorveterias mineiras estão um pouco cautelosas em relação aos próximos meses. Isto porque o consumo de sorvete caiu no país nos últimos anos.
“O mercado ainda está aguardando para poder sentir o que pode ocorrer. Existe uma previsão de temperaturas elevadas que ajuda muito o nosso setor. Já tenho notícias de várias sorveterias trabalhando a todo vapor. Mas nós estamos vindo de duas temporadas muito chuvosas. No ano passado e no ano retrasado choveu bastante, o que frustrou um pouco o nosso segmento. Então fica todo mundo com o ‘pé atrás’, sem saber se vai chover muito. Mas a expectativa é boa. Sempre que faz calor a gente sabe que as vendas melhoram bastante”, explica Vagnaldo Geraldo Fonseca, presidente do Sindicato Intermunicipal dos Fabricantes de Sorvete (Sindsorvete/MG).
Outro problema que atrapalhou o setor nos últimos anos foi a pandemia de Covid-19. “As sorveterias tiveram que aprender a trabalhar com delivery, mas isso impactou bastante as vendas”.
Números do setor de sorvetes no Brasil
O Brasil tem cerca de 11 mil empresas ligadas ao setor de sorvetes e gelatos, sendo 92% delas micro ou pequenas, segundo números da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS).
O segmento gera 100 mil empregos diretos e 200 mil indiretos, com faturamento acima de R$ 14 bilhões por ano.
Consumo de sorvete no Brasil
- 52% na região Sudeste
- 19% na região Nordeste
- 15% na região Sul
- 9% na região Centro-Oeste
- 5% na região Norte
Fonte: ABIS
Consumo brasileiro em milhões de litros
- 2018 - 1.099 L
- 2019 - 1.107 L
- 2020 - 1.055 L
- 2021 - 1.006 L
- 2022 - 1.036 L
Fonte: ABIS
Consumo brasileiro de sorvete per capita
- 2018 - 5,20 L
- 2019 - 5,27 L
- 2020 - 4,98 L
- 2021 - 4,73 L
- 2022 - 4,99 L
Fonte: ABIS
Sabores de sorvetes mais vendidos no Brasil
1º - Chocolate
2º - Creme
3º - Morango
4º - Baunilha
5º - Coco
6º - Flocos
7º - Napolitano
8º - Limão
9º - Uva
10º - Abacaxi
Fonte: Euromonitor, com dados relativos a 2021