Aço

CSN, praticamente, enterra novo projeto em Congonhas

Siderúrgica de R$ 6 bilhões e 5.000 empregos não deve sair

Por Juliana Gontijo
Publicado em 13 de agosto de 2014 | 03:00
 
 
Mudança de planos. Benjamin Steinbruch disse que CSN está quase desistindo de investir em Minas Foto: IABR/Divulgação

São Paulo. O projeto original da usina de aços longos e planos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Congonhas, na região Central de Minas Gerais, orçado em R$ 6 bilhões e 5.000 empregos, não deve ser viabilizado. “Estamos discutindo o projeto de longos”, disse o presidente da empresa, Benjamin Steinbruch, nesta terça, depois da abertura do 25º Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo.
 

Além do cenário econômico nada favorável para o setor, o empreendimento da CSN esbarra na utilização da área, que voltou a ser considerada rural e não mais de uso urbano para implantação de um distrito industrial. O projeto de lei foi aprovado por unanimidade pela Câmara dos Vereadores de Congonhas, em maio deste ano. Dos 4.000 hectares que seriam desapropriados para a instalação da usina, apenas mil hectares, que ficam na área da mina já em funcionamento, continuam a ser urbanos. Os outros 3.000 hectares voltaram a ser considerados rurais.

O protocolo de intenções para a instalação da usina foi assinado em 2007 entre a CSN e o governo do Estado. Como a construção não teve início em cinco anos, até 2012, o documento perdeu a validade.

Aquisições. O presidente da CSN também admitiu que a companhia está na disputa para a aquisição da usina norte-americana de Gallatin Steel, da siderúrgica brasileira Gerdau e da indiana ArcelorMittal. “Quem sabe chegou a nossa vez”, diz.

Não é de hoje a intenção da siderúrgica em ingressar no mercado norte-americano. A CSN já perdeu a briga por duas usinas nos Estados Unidos do grupo russo Severstal. Steinbruch também falou que as conversas com os sócios da Ásia da companhia na mina Namisa estão caminhando e que até setembro é possível ter uma resposta. A CSN possui 60% da Namisa e o restante é liderado pelas japonesas Itochu, Kobe Steel, JFE Steel e Nisshin Steel, além da taiwanesa China Steel e da sul-coreana Posco.

Ele afirmou que o mercado não precisa ficar preocupado com a Namisa, que é um bom ativo. Foi em 2008, quando vendeu a fatia da mina, que CSN recebeu do consórcio asiático US$ 3,08 bilhões por 40% da Namisa. No acordo firmado estava previsto a possibilidade de o consórcio fazer a opção de venda, que pode ser feita caso sejam descumpridas certas obrigações. Em julho de 2013 terminou o prazo para tal opção, só que o mesmo foi estendido. Assim, caso a parceria seja desfeita, a CSN terá que devolver o valor pago pelo consórcio, mais as correções.

A repórter viajou a convite do Instituto Aço Brasil (IABr)