'Diminuímos o consumo de pão', diz consumidor sobre aumento de 16% na padaria

O aumento de 16,35% no preço do quilo do pão de sal, em apenas um ano, tem assustado consumidores e levou muita gente a reduzir o consumo do pãozinho e mudar os hábitos no café da manhã. 

Na casa do empresário Jefferson Nascimento, esta é a nova realidade. Atento aos números, ele já havia percebido uma escalada nos preços dos pães. “Eu percebi sim, acho que mais do que dobrou em relação à inflação. Eu e minha esposa diminuímos o consumo do pão”, afirma. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,79% em 2022.

O forte aumento do preço do pão francês chamou a atenção do economista Feliciano Abreu, diretor do site Mercado Mineiro, autor da pesquisa. Mas vários outros itens também ficaram bem mais caros nos últimos 12 meses, como o pão doce, o leite e a mussarela.

“É impressionante o tanto que os preços aumentaram, muito acima da inflação, inclusive. Portanto, não está fácil para o consumidor. É aumento em cima de aumento e a gente vai perdendo o poder de compra com o passar do tempo. Isto é inflação”, explica.

E este cenário ocorre num momento em que o principal insumo do pãozinho, a farinha de trigo, está com produção recorde no país. A safra brasileira de trigo, em 2022, foi a maior da história, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). A produção chegou a 9,5 milhões de toneladas. 

O problema é que mesmo com estes números, o Brasil ainda é um dos grandes importadores de trigo no mundo. E com o dólar valorizado, o mercado interno disputa o produto brasileiro com o mercado externo, pois os produtores nacionais também vendem parte da produção para o exterior. 

Segundo os dados da Pesquisa de Orçamento Familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o consumo per capita do pão de sal é de 53g/dia. Uma unidade de pão francês tem 50g, em média.