Lista

Os cinco principais pontos da polêmica reforma trabalhista francesa

Para você entender o que acontece lá, selecionamos cinco pontos que você deve saber sobre o que é discutido pelo governo francês

Por Da redação
Publicado em 08 de julho de 2016 | 18:45
 
 
França vive onda de protestos contra a política proposta pelo governo Foto: PHILIPPE LOPEZ / AFP

Ao defender novas leis trabalhistas no Brasil, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, citou como exemplo a França, onde as leis trabalhistas estão sendo discutidas.

O governo socialista francês quer mudar a regra do pagamento de horas extras e aumentar a jornada de trabalho, que há 16 anos foi reduzida também por um governo socialista, exatamente para combater o desemprego.

O primeiro-ministro Manuel Valls afirma que a flexibilidade facilitaria contratações. Mas os sindicatos e até colegas de partido acham que a flexibilidade também facilitaria demissões.

Para vencer o descontentamento popular, o governo aprovou a reforma por decreto. O projeto pulou a Assembleia Nacional e seguiu direto para o Senado.

Para você entender o que acontece lá, selecionamos cinco pontos que você deve saber sobre o que é discutido pelo governo francês.

1 - Jornada de trabalho

Apesar de mantidas as 35 horas semanais, a carga horária pode subir para até 60 horas em circunstâncias excepcionais. Empresas ganham a chance de criar jornadas alternativas, com semanas de até 48 horas e turnos de 12 horas. Por um certo tempo, os trabalhadores poderiam ultrapassar 35 horas semanais sem direito a hora extra ou folgas

2 - Mudanças sindicais

Empresas poderiam negociar seus próprios acordos com os funcionários, à margem dos convênios coletivos acertados com sindicatos. Entretanto, esses acordos devem ser negociados também com representantes sindicais

3 - Direito de se desligar

As empresas com mais de 50 funcionários devem detalhar as horas em que os empregados podem se desconectar de aparelhos eletrônicos, como laptops e smartphones

4 - Mais facilidade para demitir

O governo deseja que negócios com menos de 300 funcionários tenham mais liberdade para despedir em casos de dificuldades financeiras. A expectativa é que os empresários percam o medo de contratar. A proposta visa também a diminuir a diferença entre empregados com contratos fixos e aqueles cujo acordo é de curto prazo

5 - Ajuda aos jovens

O governo dará uma bolsa mensal de € 461 aos jovens que não tiverem emprego ou renda, não estudem e não façam cursos profissionalizantes, e tentará ajudá-los a conseguir um trabalho fixo