Mercado

Paridade entre dólar e euro não deve afetar turismo no Brasil

A análise é do vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de Minas Gerais (Abav) Alexandre Brandão

Por Lucas Negrisoli
Publicado em 12 de julho de 2022 | 18:26
 
 
Imagem ilustrativa de notas de Euro Foto: Pixabay/Reprodução

A paridade entre o dólar e o euro, registrada nesta terça-feira (12) pela primeira vez em duas décadas, não deve prejudicar o turismo no Brasil, seja em relação a estrangeiros que vêm ao país ou a brasileiros que viajam ao exterior. A análise é do vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de Minas Gerais (Abav) Alexandre Brandão.

O empresário não crê que deve haver mudanças nos fluxos, mas, mesmo se europeus deixarem de vir ao Brasil devido ao encarecimento, a quantidade de estadunidenses deve aumentar. A balança, explica, deve se manter equilibrada.

“Quanto mais o euro se desvalorizar, mais caro o Brasil fica para europeus e mais barato para americanos. Como os EUA são um grande emissor de turistas, não creio que haverá problemas para o setor. De qualquer forma, o Brasil continua [apesar da alta na moeda europeia] muito barato para estrangeiros”, argumenta.

Em relação ao fluxo de brasileiros que viajam ao exterior, Brandão entende que o alto custo de viagens tanto para a Europa, quanto para os Estados Unidos, deve manter o mercado inalterado.

“Talvez, a médio prazo, a Europa vai ficar um pouco mais barato para brasileiros nos gastos do dia-a-dia, mas as passagens continuam muito caras. Empresas aéreas estão com problemas no continente e há um caos nesta temporada. Nos EUA, a dificuldade de entrada e acesso aos consulados continua complicando as viagens”, detalha.

Paridade entre as moedas

Pela primeira vez desde dezembro de 2002, investidores chegaram a negociar um euro a um dólar no mercado internacional. Desde o início de 2022, houve valorização de 14% na moeda norte-americana frente à europeia.

A principal razão da disparada é a perspectiva de agravamento da crise energética diante da interrupção do fluxo de gás da Rússia aos países europeus. O cenário torna o euro menos seguro para atores do mercado, que apostam no dólar como um “refúgio” para preservar investimentos. Há expectativa de que o câmbio fique ainda mais caro nas próximas semanas.