Siderurgia

Usiminas anuncia investimento de R$ 950 mi em Ipatinga; obras geram 600 empregos

Obras em bateria de coqueria tiveram início no último mês de fevereiro e seguirá até 2026

Por Shirley Pacelli
Publicado em 01 de abril de 2024 | 10:05
 
 
Usiminas vai investir mais R$ 950 milhões em Ipatinga Foto: Usiminas/Divugação

A Usiminas anunciou nesta segunda-feira, 1/4, que investirá R$ 950 milhões para melhorar a eficiência operacional da bateria 3 da Coqueria 2 por meio de um reparo a quente, gerando 600 empregos diretos na obra. O processo ocorrerá em sua unidade de Ipatinga, no Vale do Aço, em Minas Gerais, e terá a duração de 33 meses. Após o trabalho para recuperação emergencial do equipamento entre fevereiro de 2022 e abril de 2023, o novo investimento vem para recuperar a capacidade nominal do equipamento.

Segundo André Chaves, diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Usiminas, o foco do investimento é garantir a excelência operacional da Usiminas, melhorando sua competitividade no mercado e gerando oportunidades para a comunidade onde a empresa está inserida. “O projeto deve aumentar em termos de 12% a nossa produção”, explica. 

Além de melhorar a performance, o diretor de sustentabilidade da Usiminas explica que a obra na bateria 3 da Coqueria 2, vai gerar um produto com menos imperfeições, o que traz um efeito positivo do ponto de vista qualitativo ambiental, já que há uma redução das emissões de particulados. A meta da empresa é reduzir em 15% sua emissão de carbono até 2030, considerando as taxas de 2019. “Quando a gente faz um investimento voluptuoso, a questão ambiental é levada a sério”, afirma Chaves. 

Segundo ele, nos últimos quatro anos, a empresa fez diversos investimentos, especialmente em tecnologia, para mitigar os danos ambientais da sua operação, resultando na redução da emissão de ruído, do consumo de água e da emissão de CO2. Após a reforma no ano passado, com investimentos de R$ 2,7 bi, o alto-forno 3 passou a consumir menos combustível, sendo considerado um dos mais modernos do Ocidente. “A IA (Inteligência Artificial) identifica pequenos desvios para que as equipes possam atuar”, revela. 

O diretor explica que a agenda ESG, abordagem que prevê o trabalho em prol de uma série de objetivos ligados à sustentabilidade, a questões sociais e de transparência da gestão do empreendimento, é hoje um diferencial das empresas no mercado. Atualmente, a Usiminas é a única siderúrgica listada no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, a bolsa de valores brasileira. 

Impacto na comunidade

O investimento da Usiminas também tem influência positiva na economia do Vale do Aço. Os 33 meses de obra vão gerar 600 empregos. “Cerca de 60% será gerado do ponto de vista da própria comunidade do Vale do Aço, mas pode aumentar. Na reforma do alto-forno, o número acabou sendo maior”, explica Chaves. 

Ele lembra que além do emprego direto, há uma “massa salarial” que é injetada na comunidade, se revertendo em impostos para o município e consumo no comércio, garantindo um desenvolvimento sustentável: “traz um ganha-ganha”, diz Chaves.  

Grande parte dessas vagas já estão em processo de preenchimento pelos canais da própria Usiminas; outras serão disponibilizadas pelas empresas que prestarão serviço à siderúrgica. 

Reparos e produção

A obra de reforma da bateria 3 da Coqueria 2 teve início em fevereiro e seguirá até 2026, "visto que será um reparo sem parar a produção do equipamento em um modelo revezamento dos fornos entre a produção e as intervenções", informou a siderúrgica.

Segundo a empresa, atualmente a Coqueria 2 opera somente com a Bateria 3, uma vez que a Coqueria 1 foi paralisada em 2012. Já a Coqueria 3 teve a produção interrompida em dezembro de 2023, decisão motivada pela possibilidade de afetar o desempenho ambiental ao seguir em operação.