DATATEMPO: Marília lidera com folga e venceria em Contagem já no primeiro turno

Se a eleição para a Prefeitura de Contagem fosse hoje, a atual prefeita Marília Campos (PT) seria reeleita já no primeiro turno, aponta pesquisa do instituto DATATEMPO. No cenário estimulado, quando é apresentada uma lista de nomes aos entrevistados, 59,4% deles afirmaram que votariam em Marília. Quando se consideram apenas os votos válidos, excluindo-se, portanto, brancos e nulos, o percentual de Marília é ainda maior, 74,6%. Para conseguir a vitória no primeiro turno, o candidato precisa ter 50% dos votos mais 1.

Em segundo lugar, vem o deputado federal Cabo Junio Amaral (PL-MG), com 10,1%. Depois o deputado federal Felipe Saliba (PRD-MG), que soma 9,1%. Professor Gustavo Olímpio (PSTU) é o quarto, com 1%. Brancos e nulos somam 11,7%, e aqueles que não sabem ou não responderam são 8,7%. Quando se consideram apenas os votos válidos, Cabo Junio tem 12,7%, Saliba, 11,4%, e Olímpio, 1,3%.
 
Marília está no terceiro mandato como prefeita de Contagem. Ela governou entre 2005 e 2012 e ficou dois anos fora da política, antes de se eleger deputada estadual, em 2014. Foi reeleita em 2018, mas deixou a Assembleia em 2021 para assumir novamente o Executivo da cidade.

Uma eventual vitória no primeiro turno seria fato inédito na carreira dela. Em 2004, ela precisou de turno e returno para vencer o ex-prefeito e ex-deputado Ademir Lucas, à época no PSDB. Quatro anos depois, venceu de novo em dois turnos, novamente contra Lucas. Já em 2020, a vitória no pleito complementar aconteceu contra Saliba.

Cenários

Os pesquisadores estratificaram o levantamento por gênero, idade, escolaridade, regional administrativa e renda. Em todos os cenários, Marília lidera. Ela é mais popular entre as mulheres (60,4%); aqueles com mais de 60 anos (67%); os mais pobres (65,1%); aqueles com ensino superior incompleto ou completo (63,4%); e os moradores da Várzea das Flores (72,4%).

Apesar de vencer também nesse recorte, o pior desempenho de Marília é entre os moradores do Ressaca. Na região ela soma 49%, seguida por Cabo Junio, com 16,3%, e Saliba, com 5,2%.

Para a analista de pesquisa do DATATEMPO Bruna Assis, a situação de Marília é “bastante confortável”. “Além da ampla vantagem em intenções de voto, ela se destaca na possibilidade de voto, podendo alcançar até 71,7% (a soma entre aqueles que afirmam que votariam com certeza em Marília e aqueles que poderiam votar nela), e seus índices de rejeição são semelhantes aos dos dois nomes que disputam a segunda posição. O fato de ser a atual mandatária também joga a seu favor, já que nos próximos seis meses ela terá a prefeitura como palco de visibilidade para sua gestão, enquanto os demais candidatos são, até então, desconhecidos pela maioria dos eleitores”, diz a especialista.

Segundo turno

Embora o resultado da pesquisa não aponte segundo turno, o DATATEMPO projetou como ele seria. Em todos os cenários, Marília venceria. 

Contra Cabo Junio, a disputa ficaria 64,2% a 22,8% – 4,5% não sabem ou não responderam, e 8,5% votariam nulo ou branco. Contra Saliba, seria 63,6% a 20,9% – 10,2% votariam branco ou nulo, e 5,3% não sabem ou não responderam.

Prefeita também lidera na espontânea

A pesquisa também questionou, de maneira espontânea, quando os nomes não são apresentados aos eleitores, em quem eles votariam. A maioria não respondeu ou disse que não sabe em quem vai votar: 56,1%. Em segundo lugar, vem Marília Campos, com 32,2%. Felipe Saliba aparece com 1,6%, e Cabo Junio Amaral, com 1,3%. Gustavo Olímpio não foi citado. Outros nomes somam 1,9% das intenções.

O DATATEMPO ainda mediu a rejeição aos pré-candidatos. Nesse levantamento, o pesquisador pergunta em qual dos nomes não votaria de jeito nenhum. Conforme a pesquisa, 19,8% afirmam não rejeitar ninguém. Depois, vêm Marília, com 19,5%; Cabo Junio Amaral com 16,3%; Felipe Saliba com 13,2%; e Gustavo Olímpio, com 12,4%. Outros 12,8% não responderam ou não souberam responder, enquanto 6% rejeitam todos. 

A analista Bruna Assis avalia que, em um contexto tão organizado como o de Contagem, é natural que a rejeição à líder provenha da base de seus adversários, que, neste caso, são candidatos mais à direita.

Registro

A pesquisa DATATEMPO foi contratada pela Sempre Editora e está registrada no TRE (MG-09912/2024). Foram 1.000 entrevistas domiciliares, entre 5 e 8 de abril. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%.