Os 12 candidatos à Presidência da República registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tiveram até o dia 15 de agosto para entregar os seus planos de governo à Justiça Eleitoral. O documento é obrigatório para quem quer se lançar como concorrente nas eleições. As propostas abrangem melhorias na educação, saúde, mobilidade urbana e segurança, mas alguns candidatos também ousam nas sugestões, como, por exemplo, a criminalização da cristofobia.
Registraram candidatura no TSE: Ciro Gomes (PDT), José Maria Eymael (DC), Luiz Felipe D'Avila (Novo), Jair Bolsonaro (PL), Leonardo Péricles (UP), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Pablo Marçal (PROS), Roberto Jefferson (PTB), Simone Tebet (MDB), Sofia Manzano (PCB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Vera Lúcia (PSTU).
Leia abaixo as propostas de cada aspirante ao Palácio do Planalto:
Ciro Gomes (PDT)
O programa de Ciro e de sua vice Ana Paula Moreira propõe resoluções econômicas como: ampla reforma tributária e fiscal; taxação de grandes fortunas; conclusão da reforma da previdência e negociação de dívidas privadas de famílias e empresas. Para o meio ambiente, uma das ideias é a redução do desmatamento por meio da segurança fundiária. Na saúde, sugere parceria com iniciativas privadas, campanhas de vacinação e Farmácia Popular.
José Maria Eymael (DC)
Candidato à Presidência da República pela sexta vez, José Maria Eymael cita em seu documento o cumprimento da Constituição, desenvolvimento econômico, promoção da reforma tributária, criação do programa Saúde Inteligente e educação como prioridade. Além disso, a chapa propõe políticas para idosos e combate à corrupção.
Felipe D'Avila (Novo)
O candidato mais rico até agora (24,6 milhões declarados) propõe dez metas para o país: Brasil carbono zero, geração de empregos verdes; Brasil competitivo, de melhorias para a economia; Brasil para todos, de simplificação de leis; Brasil sem fome; Brasil com mais educação; Brasil com saúde; Brasil seguro, contra corrupção; Brasil respeitado e Brasil dinâmico.
Jair Bolsonaro (PL)
O atual presidente faz propostas para a diminuição do desemprego e a promoção do empreendedorismo. O mandatário também coloca a geração de empregos como prioridade em um eventual novo mandato. Privatização e concessões seguem na pauta de Bolsonaro. Medida popular no governo do presidente, o Auxílio Brasil de R$ 600 será mantido.
Leonardo Péricles (UP)
O candidato do UP dá destaque para a crise econômica. Diz que pretende suspender o pagamento de juros da dívida pública, que vai garantir auxílio emergencial de um salário mínimo. Também propõe reduzir salários no Legislativo, Executivo e Judiciário.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O plano de governo da chapa Lula-Alckmin, que conta com a coligação de PT, PSB, PCdoB, PV, PSol, Rede, Solidariedade, Avante e Agir, propõe reinserir a população pobre no orçamento federal por meio da revogação da lei do teto de gastos, com um novo regime fiscal acompanhado de uma reforma tributária “solidária, justa e sustentável”. “Vamos colocar os pobres outra vez no orçamento e os super-ricos pagando impostos”, anuncia o texto.
Pablo Marçal (PROS)
O coach e influenciador digital fala sobre “virtualização” em seu documento. Com isso, ele defende que defende que o Estado deve adotar as "ferramentas tecnológicas mais modernas", pois, segundo ele, os empregos tradicionais serão “substituídos por algoritmos". Para ele, o Brasil deve realizar a "transição do mundo físico e analógico para o mundo digital".
Roberto Jefferson (PTB)
Em prisão domiciliar, o ex-deputado federal defendeu o Estado mínimo e propôs a criminalização da “cristofobia”, que seria o preconceito contra pessoas religiosas. Também cita privatizações e desestatização. Jefferson está em prisão domiciliar desde agosto de 2021 por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura atuação de uma organização criminosa contra a democracia.
Simone Tebet (MDB)
A senadora tem como uma de suas principais promessas na economia promover privatizações, concessões e parcerias público-privadas. No entanto, não são citadas quais empresas seriam prioritariamente privatizadas ou quantas seriam incluídas em um eventual plano de desestatização. Tebet também diz que irá recriar o Ministério da Cultura e o Ministério da Segurança Pública, que teria como um dos primeiros atos a revogação de decretos de Bolsonaro que flexibilizam a posse e o porte de armas no Brasil.
Sofia Manzano (PCB)
A candidata defende, entre suas propostas na campanha, a extinção da Polícia Militar, com uma espécie de organização coletiva para o controle da segurança pública. A proposta também está em seu programa de governo. No plano, ela também propõe a legalização da maconha “a curto prazo”.
Soraya Thronicke (União Brasil)
Em documentos de 73 páginas, a candidata propõe criar um imposto único para simplificar o sistema tributário. Também sugere “investir na expansão do agronegócio brasileiro e aumentar sua produtividade”.
Vera Lúcia (PSTU)
A candidata foca, sobretudo, no combate à fome, na defesa da soberania, na defesa do meio ambiente e no combate a todas as formas de opressão.