Pesquisa

DATATEMPO: Distância entre Lula e Bolsonaro cai de 15 pra 11 pontos em MG

Levantamento mostra recuperação do atual presidente no Estado nos cenários de primeiro e segundo turnos

Por Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2022 | 05:00
 
 
Lula tem agora 11 pontos de vantagem sobre Bolsonaro, quatro a menos do que em julho Foto: Montagem sobre fotos de Ricardo Stucker/Divulgação e Isac Nóbrega/PR

A distância entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), diminuiu de 15,1 pontos percentuais para 11,1 pontos percentuais entre os meses de julho e agosto em Minas Gerais. É o que mostram os números da pesquisa DATATEMPO realizada entre os dias 11 e 16 deste mês. O levantamento mostra a recuperação numérica do presidente tanto no cenário estimulado, quando uma lista de candidatos é apresentada, quanto no cenário espontâneo, quando o eleitor diz um nome voluntariamente ao ser questionado sobre qual seu voto para presidente.

Segundo os números do levantamento realizado por meio de 2.000 entrevistas domiciliares, Lula oscilou, no último mês, de 45,1% para 44,2%. Bolsonaro, por sua vez, passou de 30% para 33,1%. Com isso, a distância caiu quatro pontos entre um levantamento e outro. A margem de erro da pesquisa é de 2,19 pontos percentuais para mais ou para menos.

Longe dos dois, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) oscilou de 4,3% para 5,2%. Já Simone Tebet (MDB) foi de 1% para 2% no período. Pablo Marçal, que enfrenta uma batalha com o PROS para tentar manter sua candidatura, foi de 0,6% para 0,9%. O PROS, agora sob nova direção, enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido para retirar sua candidatura e apoiar Lula. Marçal resiste e seu nome ainda consta na lista de candidatos até que o registro de candidatura seja julgado. 

Na sequência do levantamento aparece, com 0,4%, o candidato do Novo, Felipe D’Avila. Ele tinha 0,6% no mês passado. Já Roberto Jefferson (PTB), que estreia no levantamento após registrar seu nome em agosto, tem 0,3%. Ele também enfrenta uma batalha no TSE, já que o Ministério Público Eleitoral impugnou sua candidatura alegando que ele está inelegível em razão da ficha limpa. A Justiça Eleitoral, em decisão liminar, suspendeu seu acesso ao fundo partidário. Ainda assim, Jefferson aparece à frente de cinco candidatos: Vera Lúcia (PSTU) e Sofia Manzano (PCB), que têm 0,2%; José Maria Eymael (DC), que registra 0,1%; além de Leonardo Péricles (UP) e Soraya Thronicke (União), que ficam com 0%.

Os eleitores que dizem não pretender votar em ninguém ou que declaram voto em branco ou nulo são 6,9%, contra 7,2% do levantamento anterior. Os que não souberam ou não responderam somam agora 6,5% (eram 7,4% em julho).

É importante ressaltar que o cenário sofreu várias mudanças nos últimos meses, o que torna mais difícil a comparação. Em relação a julho, por exemplo, houve a saída de dois candidatos: André Janones (Avante), que tinha 2,9% naquele mês e anunciou apoio a Lula em seguida, e Luciano Bivar, que aparecia zerado no mês passado e foi substituído por Soraya Thronicke pelo União Brasil. Além disso, houve a entrada de Jefferson no levantamento.

Votos válidos

A melhora de Bolsonaro nos índices torna mais difícil a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno. Em Minas Gerais, ele está agora com 51,1% dos votos válidos. Para conseguir vencer sem a necessidade de uma segunda etapa um candidato precisa alcançar 50% mais um voto. Jair Bolsonaro, por sua vez, tem 38,1% dos válidos. Como a margem de erro é de 2,19 pontos para mais ou para menos, não é possível dizer que os mineiros dariam uma vitória a Lula no primeiro turno.

Espontânea

A recuperação de Jair Bolsonaro em Minas Gerais também aparece no cenário espontâneo, quando o eleitor aponta seu candidato sem uma lista para auxiliá-lo. Esse tipo de levantamento mede o voto mais consolidado. Nele, Lula oscilou de 38,6% para 39,4%, enquanto Bolsonaro passou de 26,9% para 30,6%. Bem distante deles, Ciro Gomes registrou 1,8%. Simone Tebet (MDB) ficou com 0,8% e outros nomes diversos foram citados por outros 0,8%. Os que não votaram em ninguém, que declaram voto em branco ou nulo, no caso da pesquisa espontânea, são 8,3%. Os que não souberam ou não responderam somam 18,1%.

Segundo turno

A corrida eleitoral para um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro também registrou um acirramento, de acordo com o DATATEMPO. Os números mostram que, entre julho e agosto, o ex-presidente Lula passou de 52% para 50,1%. Já Bolsonaro foi de 34,3% para 37,9%. Com isso, a distância encolheu de 17,7 pontos para 12,2 pontos. Em maio essa vantagem havia chegado a 20,7 pontos percentuais.

Na disputa entre os dois, os que pretendem votar em branco, nulo ou que dizem não ter interesse de votar em ninguém são agora 8,6% (eram 10,2% em julho). Os que não souberam ou não responderam oscilaram de 3,5% para 3,4%.

Considerando apenas os votos válidos, Lula teria, hoje, 57% das intenções no segundo turno, enquanto Bolsonaro ficaria com 43%. 

Potencial de voto

O cenário de possibilidade de voto e recusa a escolher os candidatos caminhou mais ou menos na mesma linha das pesquisas espontânea e estimulada, com variações dentro da margem de erro para os índices, num cenário de leve melhora para Jair Bolsonaro. Ainda assim, hoje, o ex-presidente Lula tem um teto maior de votos do que o atual presidente.

De acordo com o DATATEMPO, em relação a Lula, os que votariam nele com certeza são hoje 42,9%. Além disso, há outros 12,7% que dizem que poderiam votar no petista, perfazendo um total de 55,6% de potencial de voto. Em contrapartida, 41,6% afirmam que não escolheriam o ex-presidente em nenhuma hipótese. Com relação a Bolsonaro, os que votariam com certeza são 32,1%. Já os que poderiam votar são 11,7%, perfazendo um potencial de voto de 43,8%. Por outro lado, 52,9% afirmam que não votariam no presidente de jeito nenhum.

Os potenciais de voto em outros nomes, como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), são bem menores. Ciro, em razão da rejeição alta, com 47,4% afirmando que não votariam nele de jeito nenhum. Simone Tebet, por conta do desconhecimento de seu nome, que chega a 66,2% do eleitorado. Com isso, o potencial de voto nela é de apenas 8,6% e nele é de 33,7%.

Dados de registro

A pesquisa DATATEMPO foi contratada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Os dados foram coletados de 11 a 16 de agosto de 2022, por meio de 2.000 entrevistas domiciliares em todas as regiões do Estado. A margem de erro do levantamento é de 2,19 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-03361/2022 e no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) sob o número MG-01547/2022.