Cinema

Adaptação de best-seller, 'O Pintassilgo' estreia na cidade

Filme é a transposição do romance homônimo de Donna Tartt, que lhe rendeu um Pulitzer

Qui, 10/10/19 - 03h00
Elenco: Theo (Oakes Fegley) e Boris (Finn Wolfhard, de “Stranger Things”), em cena do filme | Foto: Warner/Amazon/Divulgação

Em uma semana na qual as produções ‘made in Brasil’ surpreendentemente predominam no quesito estreias e em que mais um blockbuster – “Projeto Gemini” – entra em cena ocupando salas a mancheias, “Pintassilgo” (The Goldfinch, EUA) faz uma entrada tímida: apenas duas salas exibirão a produção dirigida por John Crowley e que tem como chamarizes a presença, no elenco, de Nicole Kidman e, para os aficionados por séries, de Finn Wolfhard (“Stranger Things”). 

Mas que fique claro: o protagonismo, aqui, cabe ao talentoso Oakes Fegley, na pele do personagem central Theo Decker, vivido em sua fase adulta por Ansel Elgort. Baseado no best-seller homônimo de Donna Tart, 55, o filme (que não foi bem nas bilheterias norte-americanas) tem início com um atentado no Metropolitan Museum de Nova York. Theo, 13, é um dos sobreviventes, mas sua mãe não teve a mesma sorte. 

Antes de sair dos escombros, porém, Theo trata de levar consigo, devidamente escondido, o quadro cuja apreciação dividiu, momentos antes de a bomba ser detonada, com uma encantadora garota desconhecida, a ruiva Pippa (Aimee Laurence), que passeava no Met junto a seu tutor, outra vítima fatal. 

A tela é “The Goldfinch” (1654), do holandês Carel Fabritius (1622 – 1654), e, em tempo, o pintor também morreu em uma explosão.

Voltando ao filme: por não ter contato com o pai, alcoólatra, Theo é encaminhado à casa da família de um colega (cuja matriarca é vivida por Kidman), onde, no entanto, permanece pouco tempo: seu genitor logo reaparece, e junto à madrasta Xandra (Sarah Paulson, irreconhecível), leva o garoto para Las Vegas. Mas não se trata da Las Vegas dos cartões-postais, e sim a uma região praticamente fantasma, onde casas em execução conferem ao local uma aparência assustadora. É lá que acontece outra baliza na vida do menino: a amizade com o ucraniano Boris (o já citado Wolfhard na adolescência, vivido mais tarde por Aneurin Barnard). É ele que inicia o garoto no mundo das drogas, o que vai impactar todo o seu futuro.

Fãs do best-seller no qual o filme se baseia reclamaram da forma como as quase 800 páginas foram condensadas nessa transposição, mesmo o filme tendo 2h30 de duração. Para os menos ortodoxos, a atenção certamente vai ficar retida na tela durante o desenrolar da trama, que tem como pulo do gato o entrelaçamento contínuo de tempos, de modo a fazer com que, quando o espectador já está até conformado com as pontas soltas deixadas por uma situação, a narrativa volte ali, naquele ponto, para então elucidá-lo.

Além dos já citados, "O Pintassilgo” traz outros rostos conhecidos. Luke Wilson (“Os Excêntricos Tenenbaums”), por exemplo, é Larry, o pai alcoólatra e interesseiro de Theo. Também do universo das séries, destaca-se Jeffrey Wright, conhecido por “Westworld”, e aqui como o restaurador e sócio do antiquário que dará guarita a Theo em momentos decisivos.

No mais, vale destacar a maquiagem que tornou crível o envelhecimento de Nicole Kidman, ainda que não seja esse um papel que vá marcar a carreira da atriz.

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