O governo de Minas Gerais anunciou, em uma live na tarde desta segunda-feira (1°), uma medida emergencial de fomento, capacitação e auxílio econômico à cadeia produtiva da cultura e do turismo no Estado, extremamente impactadas com a pandemia.
Voltado para realizadores e empreendedores de ambos os setores, o programa Arte Salva é uma ação da gestão de Romeu Zema em parceria com 60 instituições, organismos sociais e empresas da iniciativa privada, e já começa, na prática, nesta terça-feira (2), quando será publicado um edital, via Fundo Estadual de Cultura (FEC), no valor de R$ 2,5 milhões. O documento pode ser acessado pelo portal da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult).
O texto prevê a seleção de 1.315 projetos artísticos de cultura popular - circo, bandas tradicionais, artesanato e expressões de comunidades tradicionais, como o congado e outras manifestações folclóricas de patrimônio imaterial. Cada iniciativa receberá um prêmio de R$ 1.900 para a execução de vídeos, que serão exibidos nos ambientes digitais. Já na próxima segunda-feira (8), outro edital, no valor de R$ 2,5 milhões, será publicado.
Em parceria com a Cemig e também via Fundo Estadual de Cultura, a publicação contempla 500 artistas, com foco na música, que receberão R$ 5.000 para promover seus trabalhos por meio de lives em plataformas digitais.
O governador Romeu Zema disse que a categoria dos artistas foi uma das mais afetadas pela pandemia, “lembrando que não estamos falando dos famosos, que representam menos de 0,5%”, e que os limites orçamentários o impedem de ampliar as medidas. “Dentro do possível, estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance. Temos recebido muitas doações do setor privado, e atribuo isso à credibilidade que nosso governo tem demonstrado”, disse Zema.
O vice-governador Paulo Brant salientou que Minas Gerais passa por uma grave crise financeira, mas destacou a credibilidade da gestão de Romeu Zema e seu poder de articulação com parceiros para colocar o Arte Salva de pé. “Em situações normais, a classe artística já tem muita dificuldade. O maior ativo que um governo democrático tem é ser um governo de todos, ter capacidade de coordenar e mobilizar instituições e empresa. O modelo do projeto é exemplar”, disse.
De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Leônidas Oliveira, o projeto nasceu do esforço de muitas partes envolvidas e é um programa suprapartidário, sem discriminação religiosa ou ideológica. Oliveira valorizou o papel da cultura em momentos de crise: “A arte, a poesia, a literatura e outras expressões artísticas é que nos dão possibilidade de termos um respiro de vida. Chamo a todos para termos um carinho maior com a arte, que não pode ficar relegada a segundo plano”, diz Leônidas.
Centro de operações
Segundo o secretário Leônidas Oliveira, dois centros de operações do Arte Salva serão montados no Museu Mineiro e na Serraria Souza Pinto para atender aos trabalhadores de ambos os setores, promover capacitação e organizar a logística das doações.
No Museu Mineiro, agentes de turismo terão capacitação para entender de como acessar a linha de crédito do Ministério do Turismo no valor de R$ 4 bilhões, com juros de 5% ao ano. O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) fará roteiros explicativos, que também serão compartilhados de maneira virtual com a cadeia produtiva do setor.
Em parceira com a Arquidiocese de BH e com o Unibanco, o centro vai atender pessoas em situação de rua na Serraria Souza Pinto. Elas poderão tomar banho e receber doações de roupas para enfrentar o frio e alimentos. A estrutura poderá atender até 1.000 pessoas por dia. Além disso, a Serraria também vai funcionar como ponto de recebimento de doações.
Esperança e desenvolvimento social
Chefe da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá disse que em torno de 30 mil famílias (em uma lista de 150 mil) de povos e comunidades tradicionais, entre elas quilombolas e indígenas, estão em situação vulnerável, “às vezes até passando fome”.
Para ela, o Arte Salva traz esperança aos que mais necessitam: “É um projeto transversal do governo, que permite o desenvolvimento social por meio da cultura e do turismo”.
O diretor de programas sociais, serviços e operações do Sesc em Minas Gerais, Grijalva Duarte, destacou a importância da participação da entidade no programa por meio do projeto Sesc Mesa Brasil. “O programa vem ao encontro da visão do Sesc de ser agente de transformação social. Vamos promover a segurança alimentar e nutricional com arrecadação de alimentos e doações a instituições sociais.