Televisão

Debora Bloch encara novo desafio

Atriz marca presença na nova série da Globo, Segunda Chamada, que irá ao ar em outubro

Por Da Redação
Publicado em 07 de setembro de 2019 | 03:00
 
 
Debora: “Houve um trabalho de se aproximar dessa realidade que a gente conhece pouco” Maurício Fidalgo/Divulgação

Na nova série da Globo em coprodução com a O2 Filmes, “Segunda Chamada”, de Carla Faour e Julia Spadaccini, Debora Bloch, 56, foi presenteada com um desafio: interpretar Lúcia, professora de Língua Portuguesa que dá aulas à noite para jovens e adultos que sonham em conquistar uma vida melhor. Além de enfrentar as adversidades do dia a dia numa escola pública, Lúcia lida com uma tragédia pessoal: a perda do filho adolescente.

Para seguir em frente, encontra forças na relação com seus alunos e no apoio dos colegas: o diretor Jaci (Paulo Gorgulho), Sônia (Hermila Guedes), professora de História e Geografia; Eliete (Thalita Carauta), de Matemática; e Marco André (Silvio Guindane), de Artes. “Os professores, junto à direção, são uma equipe de trabalho, como em qualquer outro lugar. Estão ali enfrentando os problemas que acontecem na escola”, comenta a atriz.

Com uma trama realista – assim como “Sob Pressão” –, “Segunda Chamada” conta histórias. “Ambas tratam de assuntos muito básicos e fundamentais para pessoas de baixa renda, tão desassistidas nesse sentido. As políticas públicas de educação e de saúde são muito precárias. Não é de hoje que é assim no Brasil. Acho que dialogam nesse sentido, cada uma num assunto”, reflete.

Com direção artística de Joana Jabace, a série, que estreia em outubro, também traz no elenco Carol Duarte, Mariana Nunes, Nanda Costa, Linn da Quebrada, Otávio Müller, Marcos Winter e José Dumont. Inicialmente, a ideia veio da peça “Conselho de Classe”, de Jô Bilac. “Que é sobre um conselho de professores de escola pública. Só que, na série, evoluiu para o ensino noturno, de adultos, e vai para além dos professores, acompanha histórias dos alunos também”, diz a atriz.

Em sua preparação, Debora visitou algumas unidades das Ejas (Educação de Jovens e Adultos). “Primeiro, uma na Maré, no Rio, pois tenho uma relação com as Redes da Maré de anos. Lá, conversei com professoras, alunos, assisti às aulas. Depois, fomos a outra, em São Paulo. Teve um trabalho de aproximar mesmo dessa realidade que a gente conhece muito pouco. Os alunos que chegam à Eja não tiveram uma oportunidade de estudar na idade certa. Ou não tiveram acesso à escola, ou tiveram de parar de estudar para trabalhar e ajudar em casa, ou não conseguiram acompanhar.

Porque a realidade deles é bastante dura. São dessas pessoas que estamos falando, que estamos representando na série”, diz. 
Debora explica, ainda, que considera importante a iniciativa da série diante dos tempos atuais, “sobretudo num momento em que está havendo um desmonte das políticas públicas de educação”. Ela pondera que a série foi criada muito antes desse momento. “Mas, infelizmente, a gente tem problemas básicos que não andam para frente. É uma vergonha a quantidade de crianças fora da escola no Brasil, e de analfabetos. Tomara que a série desperte um olhar para isso. Estou muito assustada com o que a gente está vivendo no Brasil”, finaliza.