“Nelson é muito maior do que essa rasa e recorrente taxação de imoral”, afirma Luiz Arthur, diretor de “Eclâmpsia”, espetáculo gratuito que estreia nesta quinta-feira (2) na Escola de Teatro PUC Minas e que coloca em cena, justamente, o que de além o escritor traz em suas obras.
Apresentando uma versão “Álbum de Família” (1945), obra do autor, a peça visita as relações íntimas estabelecidas em uma família tradicional brasileira que, escorada na fé e nos bons costumes, tem em sua intimidade os mais terríveis desvios da conduta humana.
Na nova versão, o diretor adiciona novos elementos: a personagem Mariazinha Bexiga, só citada na obra original, entra em cena para ser mais do que uma simples referência ao meretrício e o sempre mudo personagem Nonô, ganha voz falada, por meio de fragmentos do autor Lima Barreto (1881-1922).
"Queria homenageá-lo. Ele é citado en passant na obra porque Nelson o admirava profundamente, e sem falar que em 2022 é o seu centenário de falecimento, então quis utilizar o desconforto que Nonô causa nas pessoas para colocar trechos do ‘Diário do Hospício’ em cena”, revela. “Lima Barreto descreve o que viveu na pele, a exclusão social, a loucura e o racismo. Nonô não é apenas o ‘fora da curva’, assim como Lima Barreto o foi. É a criança que todos deveríamos e poderíamos ser. Nonô e Lima revelam o caos que carregamos, seja bom ou mau”, explica o diretor.
Serviço:
De 02 a 11/12, de quinta a sábado, às 20h30. Gratuito. Distribuição de senhas 1h antes do início do espetáculo.
Sujeito à lotação do espaço.
LOCAL: Escola de Teatro PUC Minas (Campus Coração Eucarístico, prédio 20, acesso 09): Av. 31 de março, 577 – Coração Eucarístico.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 anos.
INFORMAÇÕES: escoladeteatro@pucminas.br
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