Em meio ao surto de Covid-19, a indústria cultural também sofreu consequências, mas o vírus não impede que a arte aconteça. Com tudo em pausa e um vazio existencial preenchendo as cabeças fervilhantes, existe uma boa oportunidade de exercitar o ócio criativo e a construção de uma nova realidade.
Nesta terça (2), às 16h, o Museu de Congonhas, na região Central do Estado, irá realizar no Instagram, @MuseuDeCongonhas, uma transmissão ao vivo com a pesquisadora e gestora cultural Beth Ponte, para debater “O futuro dos museus pós-pandemia”.
Desde o início do coronavírus, segundo a Unesco, estima-se que 90% de cerca de 60 mil museus do mundo estão enfrentando o fechamento total, parcial ou eventual.
"Temos visto o enorme potencial e a importância das redes sociais em promover a cultura. Tem sido uma mudança de paradigma, muitos museus não tinham nenhuma atividade online. Claro que nada substitui a experiência presencia, mas usar as mÍdias digitais como aliada na divulgação é um caminho sem volta. Mas temos que pensar no retorno das atividades presenciais e seguindo alguns protocolos, diminuir o número de visitantes, o uso de máscara são só algumas das mudanças necessárias", avalia o diretor do Museu de Congonhas, Sérgio Rodrigo Reis.
Apesar das portas estarem fechadas, os portais virtuais continuam abertos. Durante a pandemia do novo coronavírus, museus do Brasil e do mundo mantêm seus valiosos acervos ao alcance do público através de visitas onlines disponíveis em seus respectivos sites. Algumas instituições oferecem até atividades educativas nas redes sociais a fim de continuar usando a arte para encantar quem está em casa com a arte.
No início deste mês, as autoridades alemãs permitiram que museus, galerias e jardins fossem reabertos ao público. O museu do Louvre, em Paris, voltará a abrir suas portas no dia 6 de julho, como parte das medidas de desconfinamento gradual na França. A reabertura do icônico museu marca as retomadas de atividades culturais na Europa. Em Portugal, por exemplo, shows começam a retornar com regras de distanciamento e lotação reduzida.
No Louvre, os visitantes terão de reservar a visita com antecedência e deverão usar máscaras para circular pelo museu, segundo informaram organizadores da instituição. O sistema de reservas online, que o museu já havia usado para exposições de grande sucesso, será aberto no dia 15 de junho. Ele está fechado desde 13 de março, devido à pandemia do novo coronavírus.
Os Museus Vaticanos, fechados desde 8 de março em decorrência da pandemia do novo coronavírus, foram reabertos nesta segunda-feira (1º), mas só estão permitindo visitantes que usam máscaras de proteção. Em seu primeiro dia de funcionamento após quase três meses, o local recebeu 1,6 mil pessoas, sobretudo famílias romanas. Todos tiveram suas temperaturas verificadas e precisaram higienizar as mãos. O número de visitantes é maior do que o esperado pelos representantes dos museus.
Divirta-se em casa
Separamos algumas opções para você conhecer alguns museus sem sair de casa.
Louvre de Paris
O acervo digital de um dos mais importantes museus do mundo é organizado em “departamentos curatoriais”. Mas se não quiser perder tempo, vá direto para “Obras-primas”. Lá está, por exemplo, a Mona Lisa de Da Vinci.
Malba de Buenos Aires
Símbolo do movimento modernista brasileiro, a tela “Abaporu” (1928), de Tarsila do Amaral, é uma das estrelas do Museu de Arte Latinoamericana de Buenos Aires, na Argentina. O catálogo digital pode ser consultado por nome, ano, país ou técnica usada na obra.
MASP
O tour virtual ao Museu de Arte de São Paulo pode ser acessado na parte “explore” do site. Algumas obras em destaque são “Moema”, de Victor Meirelles, e “A arlesiana”, de Van Gogh.
MoMA de Nova York
Das 200 mil obras de arte do acervo do Museu de Arte Moderna, cerca de 80 mil estão disponíveis na web. Do espanhol Pablo Picasso, por exemplo, são quase 1.300 trabalhos.
Museu da República
Em uma ferramenta parecida com o Google Street View, o visitante “anda” pelos cômodos do palácio, aprecia suas obras e lê os informativos disponíveis no espaço físico.
Museu do Futebol
Enquanto as partidas de futebol não voltam, que tal conhecer um pouco da história do esporte nas exposições virtuais do Museu do Futebol de São Paulo disponíveis na plataforma Google Arts and Culture? Dá para descobrir, por exemplo, como a seleção brasileira começou a usar o uniforme amarelo.