Algumas pessoas tiveram de enfrentar difíceis batalhas desde muito cedo. Duas meninas tiveram suas infâncias roubadas por causa de grupos extremistas. Suas histórias precisam ser contadas, até para as crianças, por mais difícil que seja colocar esse público numa realidade que até os adultos têm dificuldade de compreender.

Poucos dias após Malala Yousafzai ser baleada, em 2012, por querer ir à escola no Paquistão, a jornalista Adriana Carranca foi para o Vale do Swat, onde a menina nasceu. “Já havia estado na região para cobrir a Guerra do Afeganistão, quando soube do atentado”, conta Adriana. Ao escrever uma reportagem sobre Malala, surgiu a oportunidade de fazer um livro sobre a situação das mulheres na região. “Fui para o Swat e fiquei hospedada na casa de uma família local e essa viagem mudou minha perspectiva”, fala. “As mulheres sofrem, sim, lá, mas, pelo fato de Malala ser criança, não conseguia entender esse atentado”, diz. 

Adriana, então, foi conhecer melhor a história desta menina comum, que virou ativista. Ela começou a escrever um livro para adultos e percebeu que precisava falar às crianças. Assim surgiu “Malala: A Menina que Queria Ir para a Escola” (Cia. das Letrinhas).

A história de Anne Frank tem sido contada e recontada para que seu diário e os horrores do Holocausto não sejam esquecidos. Para fazer essa narrativa para crianças, o museu Casa de Anne Frank, de Amsterdã, organizou a obra “Tudo sobre Anne”, a partir das perguntas feitas pelas crianças que visitam o museu. A obra traz ainda informações sobre a Segunda Guerra e o Holocausto. No Brasil, a Companhia das Letrinhas vai editar o livro, que deve chegar em junho.