Representatividade

Dez momentos de prevalência da diversidade no Oscar 2019

Negros e mulheres conquistaram recorde de estatuetas na premiação

Seg, 25/02/19 - 09h53

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Após dura críticas e campanha contrária pela ausência de negros entre os indicados para o Oscar de melhor ator e atriz nas edições 2015 e 2016, os integrantes da Academia parecem ter assimilado e refletido sobre o tema. Com isso, a premiação da edição 2019 entregou número recorde de estatuetas a negros, superando 2017, ano seguinte à polêmica, e também às mulheres. E não faltou discurso exaltando os migrantes e a simbólica presença de ‘Bohemian Rhapsody’, filme sobre a banda Queen, liderada por Freddie Mercury, cantor homossexual e também migrante, que conquistou quatro prêmios.

Abaixo listamos dez momentos em que a diversidade, que ainda precisa ser exaltada nos dias atuais, prevaleceu na edição 2019 do Oscar:

1) Kevin Hart, ator de Jumanji, foi “dispensado” do cargo de apresentador da cerimônia após tuítes homofóbicos serem recuperados. Com isso, o Oscar não teve um mestre de cerimônias, como tradicionalmente ocorre.

2) O mexicano Alfonso Cuarón venceu o prêmio de melhor diretor por ‘Roma’. É a quinta vez em seis anos que mexicanos levam a estatueta – Guillermo del Toro ganhou com ‘A Forma da Água’ (2018); Alejandro Gonzalez Iñarritu por ‘O Regresso’ (2016) e ‘Birdman’ (2015) e o próprio Cuarón ganhou em 2014 com ‘Gravidade’.

3) O prêmio inédito para um filme de Spike Lee (ele já havia recebido uma estatueta pelo conjunto da obra), para muitos injustiçado por não ter levado o prêmio por ‘Faça a Coisa Certa’ em 1990 e seu discurso político. “Somos tratados como cidadãos de segunda classe (...) nosso país carrega essa cicatriz, assim como eu”, disse o diretor de ’Infiltrado na Klan’, que, nos bastidores, sublinhou que ‘não fosse a campanha #OscarSoWhite (#OscarMuitoBranco) em 2016. ele não teria pisado no palco para ganhar a estatueta dourada: “Abriram a Academia para a tornar mais parecida com a América, mais diversa”.

4) O recorde de estatuetas para negros. Ao todo, foram sete – Regina Kink, atriz coadjuvante; Mahershala Ali, ator coadjuvante; Spike Lee, roteiro adaptado; Kevin Willmott, roteiro adaptado; Hannah Beachler, direção de arte; Ruth Carter, figurino; Peter Ramsey, animação.

5) O recorde de estatuetas para mulher, segundo o site ‘The Wrap’. Ao todo, foram 15 – Regina King, atriz coadjuvante; Olivia Colman, atriz; Ruth Carter, figurino; Elizabeth Chai Vasarhelyi e Shannon Dill, documentário de longa duração; Rayka Zehtabchi e Melissa Berton, documentário de curta duração; Kate Biscoe e Patricia DeHaney, maquiagem; Hannah Beachler, direção de arte; Domee Shi e Becky Neiman-Cobb, curta de animação; Jaime Ray Newman, curta metragam; Nina Hartstone, edição de som; Lady Gaga, canção original.

6) Indicado em dez categorias, ‘Roma’ faturou três prêmios. Além do de melhor diretor para Alfoson Cuarón, o longa mexicano ganhou melhor fotografia e filme estrangeiro

7) O destaque para o filme ‘Pantera Negra’, um super-herói negro e africano. Indicado em seis categorias, incluindo melhor filme, o longa ganhou três estatuetas (trilha sonora original, figurino e direção de arte).

8) Prêmio de melhor animação para ‘Homem-Aranha no Aranhaverso’. No longa, o personagem principal é um jovem negro nascido no bairro do Brooklyn, em Nova Iorque. “Ouvir de crianças que ele [Miles] é como ele ou também fala espanhol já faz valer a pena", ressaltou o produtor do filme Chris Miller com a estatueta na mão.

9) O discurso de Rami Malek ao ganhar o prêmio de melhor ator por seu papel em ‘Bohemian Rhapsody’. “Fizemos um filme sobre um homem gay e imigrante que viveu sua vida sem pedir desculpas. E seu sucesso é a prova de que as pessoas querem ver isso", disse o ator, que, em seguida, ressaltou também ser um filho de imigrantes do Egito.

10) Era esperado que o filme de melhor filme se encaixasse nesse texto de alguma forma – seja por se tratar da primeira estatueta de melhor filme para um estrangeiro, ‘Roma’, e não só por isso; por agraciar o filme de um super-herói negro, ‘Pantera Negra’; pela temática de ‘Infiltrado na Klan’ ou  pela simbologia de ‘Bohemian Rhapsody’. Mas prevaleceu o tom 'conciliatório' ao falar de racismo de ‘Green Book’ – o que resultou na queixa de críticos e até de Spike Lee.

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