Música

Em busca de grandes shows

Em ano de Rock in Rio e Lollapalooza, BH tem 7 atrações internacionais agendadas, como Jake Bugg e Duran Duran

Por LUCAS SIMÕES
Publicado em 11 de janeiro de 2017 | 03:00
 
 
Jack Bugg (esq.) e Donavon Frankenreiter são duas atrações confirmadas para Belo Horizonte neste semestre, com pelo menos outros cinco shows internacionais Mercury Records/Divulgação 

Todo ano é a mesma peleja pelo país. Enquanto o eixo Rio-São Paulo recebe toda a preferência para conciliar datas de gigantes da música mundial em excursão pela América do Sul, o resto do Brasil assiste de longe a nomes como Rolling Stones, Black Sabbath e Chris Cornell darem pinta exclusiva nas duas capitais, como foi em 2016. No máximo, uma terceira opção é cogitada, quando Belo Horizonte entra no páreo concorrendo com Porto Alegre e Curitiba.

Neste ano, o Rock in Rio e o Lollapalooza poderiam movimentar a agenda de artistas que talvez jamais passassem pela capital mineira – ainda que não haja nenhum meganome sondado até agora para Belo Horizonte. Ao contrário, o Metallica, que vem pela sexta vez ao Brasil, agora pelo Lolla, não disponibilizou nenhuma data para shows extras no país.

Algumas especulações, no entanto, e como sempre, são inevitáveis. O ano mal começou, e há rumores de uma possível visita de Adele ao país, shows extras do Guns N’ Roses – que pode ser “headliner” do Rock in Rio, mesmo após a série de apresentações no país, no ano passado, com Slash e Axl Rose de novo no mesmo palco. Outro nome que flutua no imaginário brasileiro é Lady Gaga, como outra possível atração do Rock in Rio, apesar de o magnata Roberto Medina ter negado negociações com a diva pop.

Até agora, a capital mineira deve receber pelo menos sete shows de peso, ainda no primeiro semestre, entre janeiro e abril, incluindo Donavon Frankenreiter, Jason Mraz, Jake Bugg e Paul Gilbert. Produção da T4F, um dos principais nomes é Duran Duran, dos grandes anúncios do Lollapalooza Brasil, que aproveitará para esticar até a capital mineira após o festival, em 29 de março, no BH Hall, como convidado do Lolla Sideshows – série individual do festival, levada para diferentes cidades brasileiras. Por enquanto, é a única atração confirmada para Belo Horizonte oriunda de um evento desse tipo.

Na contramão desse fluxo, Bryan Adams, que vem para o Rock in Rio, cancelou sua passagem por Belo Horizonte, segundo a T4F, por indisponibilidade de datas. Questionada sobre os investimentos para este ano, a empresa não respondeu à reportagem. Ainda assim, fica claro que nem mesmo dois grandes festivais no país abrindo a porta de mais shows garantem a capital mineira nessa possível rota de grandes atrações internacionais.

Muito desse cenário, segundo Aluizer Malab, sócio da Malab e da TF7 Eventos, que produziu shows de Iron Maiden e Beyoncé no Mineirão, se dá pela dificuldade de locomoção das bandas para as Alterosas. Quando tentou trazer os Rolling Stones à capital mineira, o entrave foi grande.

“Toda vez que vem um grande artista para o Brasil, BH é uma potencial candidata a show. Ficamos o tempo todo da negociação com os Stones, entre dois e três anos antes do show aqui, insistindo. BH estava no roteiro até o momento da decisão final. E acabou reduzido para São Paulo, Rio e Porto Alegre. Houve um privilégio a Porto Alegre muito pelo fato de a cidade ser rota para a América do Sul, já que a banda seguiria para outros países por ali. Belo Horizonte seria um contrafluxo para a banda, uma parada a mais. Isso, infelizmente, prejudica”, diz o empresário.

Neste ano, as principais atrações internacionais da Malab confirmadas até agora são os shows de Jack Bugg, no dia 11 de março, no Music Hall; a apresentação da banda americana de metal alternativo The Pretty Rockless, também no dia 11, na Serraria Souza Pinto; além do rock progressivo da Renaissance, no dia 28 de abril, no Palácio das Artes. “É claro que dois grandes festivais no país podem abrir janelas para shows em Belo Horizonte. Vamos fazer as sondagens e aguardar”, completa Malab.

O mesmo pensamento tem Gegê Lara, sócio da Nó de Rosa, que trouxe a banda Kiss para a capital, no ano passado. Apesar do pessimismo em relação aos grandes shows, devido à instabilidade econômica, a Nó de Rosa vai tentar trazer pelo menos uma grande atração para a cidade. “É artista que já vem para o Brasil, vamos fazer um único esforço para puxar para BH. Mas, honestamente, uma cidade que só tem o Mineirão para receber megashows fica atrás mesmo de Curitiba e Porto Alegre, principalmente, que não dependem de uma agenda esportiva para fazer cultura”, diz Gegê.