Uma sexta-feira (22) especialmente difícil para a cena cultural de Belo Horizonte. A classe artística da capital, amigos e familiares lamentaram, nesta sexta-feira (22), morte do ator e músico Lucas Pereira e de seu companheiro, o arquiteto e cenógrafo Charles Cruz, também conhecido por Chaus Cruz.
De acordo com o blog do jornalista Miguel Arcanjo, o casal passava a quarentena em um sítio nos arredores de Belo Horizonte e morreu devido a uma intoxicação após um vazamento de gás.
"Foi um golpe triste para toda a equipe do Cine Horto, como também aos amigos do Lucas e do Chaus", manifesta, enlutado, Chico Pelúcio, ator, diretor e gestor cultural do Galpão. "O Lucas era uma pessoa muito especial em todos os sentidos. Inquieto, inteligente, competente. Era músico, era ator, estava fazendo curso de artes cênicas e tinha uma visão humanista", completa.
Pelúcio lembra que Lucas, que era produtor do Galpão Cine Horto, deixou um legado como pensador de projetos dentro do espaço. "Uma grande perda para todos nós. Pessoa de uma delicadeza e que estava cheio de planos, tinha feito uma viagem recente de dois meses pela América Latina... É uma situação irreparável para todos que conviveram e que, agora, precisam se adaptar com sua ausência", conclui.
No fim de 2019, Lucas estreou como dramaturgo com a peça “Queda: Um História de Amor”, em que atuou sozinho, sendo dirigido por João Santos. Chaus assinou a cenografia da montagem.
No texto, ele examinava a construção do amor romântico - simbólica, concreta e social - a partir da mistura de memórias, de fábulas e de outras narrativas fictícias presentes no imaginário. O solo, explicava a sinopse, "resgata o casamento dos nossos pais, visita um mundo de liberalização sexual e se baseia em depoimentos muito pessoais de Lucas mesclados a Walt Disney, Slavoj Zizek, Italo Calvino e Elvis Presley".
A apresentação aconteceu em uma sala do Galpão Cine Horto, espaço cênico do Grupo Galpão localizado na região Leste de Belo Horizonte.