Disney

Mickey em HQ: 1952-2018

Fãs esperam saber quem assumirá a publicação da revista mensal do camundongo, que circulou 66 anos no Brasil

Por Etienne Jacintho
Publicado em 18 de novembro de 2018 | 03:00
 
 
As imagens clássicas de Mickey estão em quebra-cabeças para crianças pequenas e maiores Craig Barritt/Getty Images North America/AFP

Foi nos anos 50 que as edições mensais em HQ da Disney chegaram ao Brasil. Na verdade, Pato Donald foi o primeiro a ganhar uma revista aqui, seguido de Mickey, dois anos mais tarde. “As revistas da Disney têm uma importância grande na história das HQs no Brasil, principalmente pela continuidade de sua publicação”, diz o especialista em quadrinhos Ivan Freitas da Costa, sócio-fundador da Comic Con Experience (CCXP) e do estúdio Chiaroscuro, que representa quadrinistas brasileiros no mundo todo.

Os quadrinhos da Disney foram publicados no Brasil mensalmente por 66 anos até a editora Abril comunicar o fim do contrato, em junho deste ano. Neste período, as HQs de Mickey e sua turma influenciaram gerações de jovens leitores. Para Costa, a interrupção representa uma grande perda para os leitores. “Os quadrinhos da Disney atendiam a um público pré-adolescente e adolescente que fica agora sem muita opção”, explica ele. Isso porque Mickey e sua turma passeiam por diversos gêneros: ação, aventura, terror… “Os enredos são complexos e elaborados, contemplando um público mais velho do que os leitores de Mauricio de Sousa, por exemplo”, diz Costa.

Como fã de HQ, ele está ansioso para ver quem vai assumir a publicação dos quadrinhos da Disney no Brasil. Costa arrisca dizer que o anúncio pode ser feito, quem sabe, na Comic Con Experience, evento de HQ, cinema, TV e cultura pop que será realizado em dezembro, em São Paulo.

Muitos apostam que será a editora Panini a responsável pelo retorno das revistas. “A Panini é o suspeito mais provável, o que vai ser uma boa coisa, pois é uma editora grande, com boa distribuição e potencial para salvar essas publicações, cujo acervo pode se perder ou ficar nas mãos somente de colecionadores”, diz Costa.

Exposição. Quem quiser ver de perto a revista número 1 do Pato Donald no Brasil e outras relíquias de Mickey pode conferir a exposição “Quadrinhos”, que tem curadoria de Costa e fica em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo até março de 2019. A mostra conta a história das HQs desde os desenhos rupestres. “É a mesma forma de comunicação, com desenhos em sequência”, explica Ivan.

“A exposição foi pensada em três pilares: um grande acervo de 600 itens; riqueza de conteúdo; e projeto cenográfico”, diz o curador. São 16 salas temáticas com personagens, criadores e publicações organizadas por região geográfica. Há salas especiais dedicadas a autores nacionais, como Ziraldo, Mauricio de Sousa e Los Tres Amigos – Laerte, Angeli e Glauco. E também salas destinadas aos gigantes DC Comics, Marvel e, claro, Disney.

Comic Con. Como parte dos eventos de 90 anos de Mickey, a Disney terá um painel especial na CCXP. Direto dos estúdios de animação da Disney, Alonso Ramirez Ramos, diretor e artista de storyboard, vai falar sobre os curtas de Mickey que se passam no Brasil, como “Futebol Clássico” e “Carnaval”, cujos storyboards ele assina. A Disney anuncia ainda que haverá outras surpresas no dia da abertura do evento, 8 de dezembro.

Personagem cairá em  domínio público em 2023

Mickey Mouse será de domínio público a partir de 2023, caso os advogados da Disney não consigam adiar a data novamente. Segundo a lei norte-americana, uma obra cairia em domínio público – ou seja, poderia ser usada livremente por qualquer pessoa sem pagamento de direitos autorais – após 75 anos da morte do autor. Porém, os advogados da Disney conseguiram mudar a lei e prorrogaram esse prazo por mais 20 anos.

Caso caia em domínio público, Mickey vai ser desconstruído e reconstruído. “A gente vai descobrir o real potencial do Mickey”, afirma Ivan Freitas da Costa.

Ele está com tudo!

As empresas correram atrás de licença para celebrar os 90 anos de Mickey. A Melissa reeditou seu modelo clássico e colocou Mickey no topo. A Vans tem snickers vintage estampados com Mickey, e a Dermiwil oferece diversos modelos de bolsas e mochilas criados especialmente para o aniversário. As grandes lojas de departamentos – C&A, Pernambucanas, Renner e Marisa – colocaram Mickey em camisetas, assim como a grife Ellus. Tem ainda roupas de praia da Água de Coco estampadas com o camundongo, além de material escolar, capinhas de celular e brinquedos como quebra-cabeças para crianças pequenas e também para os maiores.

Bolsas e mochilas. A Dermiwil criou modelos com estampas, cores, tamanhos e valores diversos, de R$ 80 a R$ 330 

Nos pés. A imagem de ‘Vapor Willie’ estampa um dos modelos criados pela Havaianas para homenagear o rato. O preço sugerido é R$ 45

Camisetas e blusas. As lojas de departamentos Renner, Pernambucanas, C&A e Marisa têm camisetas de Mickey com preços entre R$ 20 e R$ 50. Grifes como a Ellus também estamparam o personagem em suas roupas, como a regata da foto (preço sob consulta)

Clássica. Melissa reedita sua versão tradicional, mas coloca o camundongo no topo (R$ 110). A marca também criou bolsas com o personagem (R$ 140)

Jogo. As imagens clássicas de Mickey estão em quebra-cabeças para crianças pequenas e maiores. Preços sugeridos: de R$ 30 a R$ 100

Na mesa. A Camicado lança toalhas, pratos, espátulas e almofadas com imagens do Mickey. As canecas, por exemplo, custam em média R$ 40