A música já levou o tenor paulista Jean William, 34, a lugares que, na infância, pareceriam intangíveis em sua mente. Como, por exemplo, se apresentar para o Papa Francisco ou para o príncipe Albert de Mônaco, ou estudar em Milão. Neste sábado, ele vem a BH para, a partir das 21h, dividir o palco do Centro Cultural Minas Tênis Clube (rua da Bahia, 2.244, Lourdes) com a cantora Fafá de Belém, ao lado de oito instrumentistas (quinteto de cordas, piano, sopros e percussão). A entrada é gratuita.
“Conheci a Fafá de Belém há dez anos, num evento que fizemos para o Instituto Vladimir Herzog. Nosso santo bateu de cara. Ela é uma pessoa maravilhosa. Trocamos telefone e, um dia, ela me ligou convidando para ir a um sarau que ia fazer. Ficamos ainda mais próximos, nossa relação foi ficando de amizade mesmo. Anos depois, nos encontramos em Nova York, onde passamos um dia muito bonito juntos. E começamos a dividir palcos. Depois, a convidei para ser o meu duo na música “New York, New York”. Agora, para essa oportunidade em BH, ela ter aceito o meu convite evidencia ainda mais a sua generosidade”, elogia ele.
O repertório do show foi escolhido com muito cuidado pela produção. “O principal objetivo é manter o público interessado, principalmente o que não está habituado a assistir a concertos, recitais, óperas e afins. Afinal, será uma hora e meia ali, ouvindo esse estilo de música. Então, dentro desse contexto, selecionamos músicas como “Melodia Sentimental” e “Trenzinho do Caipira”, de Villa-Lobos, ou “Nessun Dorma”, de Puccini, temas que são mais conhecidos. Também haverá leituras de obras de compositores como Franz Schubert e Robert Schumann, inclusive com trechos em português de algumas dessas obras. Basicamente é isso, tentar democratizar a música erudita, oferecer a possibilidade de o indivíduo ouvir uma música que às vezes tem até receio, por achar ser mais voltada a uma elite, ou mesmo requerer uma certa vestimenta. Quisemos trazer esse universo para uma situação mais despojada. E por isso o convite a Fafá, que vai interpretar temas de música erudita, para dizer que, mesmo os artistas populares também caminham neste universo”, encerra William.
Em tempo: os ingressos gratuitos podem ser retirados na bilheteria do teatro, um par por CPF.