Música

Mariana Moreira estreia show de seu primeiro álbum, “Ela Saiu Só para Ver o Céu”

Além das inéditas e autorais, cantora e compositora mineira também apresenta influências que vão de Noel Rosa a Caetano Veloso

Por Raphael Vidigal Aroeira
Publicado em 19 de abril de 2024 | 06:00
 
 
Mariana Moreira lança seu primeiro álbum, “Ela Saiu Só para Ver o Céu”, em show onde também apresenta influências que vão de Noel Rosa a Caetano Foto: Florence Zyad/Divulgação

Bordando palavras no ritmo do coração, sob a melodia do dia a dia, Mariana Moreira deu à luz canções que ora surgem com a delicadeza de uma aquarela, outrora prenhes da nitidez do desenho. “Parto de experiências cotidianas, de coisas que percebo ao meu redor, são situações pelas quais eu acredito que todo mundo já passou”, opina ela, que produziu um disco de amor. “Às vezes há desencontros, problemas, questões que trazem algum sofrimento”, alinhava a compositora de “Você Foi Embora” e “Jurei”.

Com seis faixas e bancado de forma independente, “Ela Saiu Só para Ver o Céu” marca a estreia da cantora mineira no mercado fonográfico. O título surgiu durante a pandemia de Covid-19, em que “todo mundo estava preso e eu tinha muita vontade de ir para fora”. “Achei que ficava bem, porque mostrava esse desejo”. Mariana exibe o trabalho ao público neste domingo (21), ciceroneada por uma banda quase exclusivamente feminina. “Minas Gerais tem musicistas maravilhosas, que estão ocupando cada vez mais espaços. Criamos, juntas, uma sinergia interessante”, afirma.

Percurso

Para além do álbum, o repertório do show congrega “Para Um Amor no Recife”, de Paulinho da Viola, “Ela e Eu”, de Caetano Veloso, “Pela Décima Vez”, de Noel Rosa, dentre outras, que, de acordo com a entrevistada, dialogam com as inéditas e autorais. “Quis trazer essas referências que me formaram, são as fontes em que bebi, e, ao mesmo tempo, contam o que construí como compositora”, vaticina. Habituada a ouvir o samba tradicional em casa, no canto do pai, dos tios e da matriarca, a influência fica explícita nos arranjos concebidos pelo renomado músico Enéias Xavier, baixista que acompanhou de Milton Nascimento a Toninho Horta. 

Filha desse ambiente musical, Mariana guarda com carinho as lembranças da cantoria da mãe. Tanto que, em seu velório, todos entoaram “Iracema”, clássico de Adoniran Barbosa, para homenageá-la. “Os momentos importantes na vida da minha família são sempre regados a música”, sublinha. Pintora, Mariana iniciou sua trajetória nas artes plásticas ao realizar um curso com a professora Patricia Leite, na Escola Guignard. Como já era formada e trabalhava, acabou não ingressando numa universidade de artes, o que não a impediu de mergulhar de corpo e alma nesse vasto universo lúdico.

Identidade

“Minha forma de expressão nasce de experiências particulares, essas coisas se atravessam. Desde sempre tenho interesse pela música e pela pintura”, afiança. Admiradora do compositor Sérgio Pererê, Mariana contou com um acaso do destino quando descobriu que o produtor de seu disco era amigo do ídolo. Com a bênção de Pererê, ela deu voz a “Oração do Perdão”, que fecha o álbum. “Depois de todo esse percurso, se perdoar é um bom caminho para seguir bem”, arremata. 

Serviço.

O quê. Mariana Moreira apresenta o álbum “Ela Saiu Só para Ver o Céu”

Quando. Neste domingo (21), às 19h

Onde. Teatro de bolso do Sesiminas (rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia)

Quanto. De R$15 (meia) a R$30 (inteira) pelo site www.sympla.com.br ou na bilheteria