Visual

Mostra Mumia chega à sua 17ª edição

Viabilizado por meio de campanha de financiamento coletivo, festival traz lançamentos e filmes premiados

Por Patrícia Cassese
Publicado em 02 de dezembro de 2019 | 03:00
 
 
"Sangro" aborda o impacto da descoberta de ser um portador do vírus HIV Mumia/Divulgação

Como na música de Ivan Lins, com força e com vontade. A partir desta segunda-feira (2), entra em cena na capital mineira mais uma edição da Mostra Udigrudi Mundial de Animação – Mumia. “Estamos chegando à 17 edição e, este ano, o evento não contou com dinheiro de recursos públicos, foi todo viabilizado por meio de financiamento coletivo”, diz o mentor da iniciativa, o cineasta e curador Sávio Leite. “Mas mesmo assim, a gente está apresentando 170 filmes, vindos de 20 países. E vai ser uma semana inteira na Humberto Mauro (Fundação Clóvis Salgado), até o dia 7 de dezembro. A gente também tem sessões que serão realizadas em lugares já tradicionais para a gente, mas pouco usuais para cinema, como em dois ambulatórios do Hospital das Clínicas, na ONG Instituto Undió, na Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, no Cineclube Joaquim Pedro de Andrade, no Viaduto de Artes (uma semana inteira voltada a crianças de escolas) e no Espaço Comum Luiz Estrela, entre outros. Em janeiro, a mostra vai para o Espaço do Conhecimento, na praça da Liberdade”, conta Sávio Leite. Vale lembrar que todas as sessões têm entrada gratuita.

Como de praxe, a programação está dividida entre atrações produzidas em Minas, brasileiras e internacionais. “A gente tem muito filme bom que estava circulando nos festivais de Berlim ou no de Locarno, por exemplos. Muitos filmes muito premiados e várias estreias na capital mineira, como ‘Sangro’, que está ganhando vários prêmios internacionais. O longa fala sobre um menino que contrai HIV”.

“Sangro” a é inspirado na história real do namorado de um dos diretores do filme, Tiago Minamisawa, que descobriu que vivia com o vírus HIV. A direção é dividida com Bruno H Castro e Guto BR. Sávio Leite também destaca a estreia de “Ressurreição”, de Otto Guerra. “Ele que, este ano, está com o longa ‘A Cidade dos Piratas’, mas, em um intervalo, fez esse curta”. O curador lembra que o Mumia também vai oferecer ao público cinéfilo duas mostras especiais de animação francesa. “A gente também está dando um destaque a um projeto de Contagem, de uma professora, a Sheila Rodrigues, que vem trabalhando animação com seus alunos. Alguns deles passaram no Anima Mundi”.

Mas tem mais produção mineira. Caso de “O Gato”, da Paula Alves, fruto de um trabalho daqui.

A edição também vai incluir o lançamento de um livro, “Pesquisas em Animação: Cinema & Poéticas Tecnológicas” (Editora Ramalhete/EBA-UFMG, 270 páginas), organizado por Mariana Ribeiro Tavares e Maurício Silva Gino. A sessão de autógrafos acontece na Biblioteca Pública, nesta quarta-feira, 4, das 17 às 19h. A obra apresenta pesquisas recentes realizadas no Brasil sobre o cinema de animação e suas interfaces com outras linguagens artísticas, especialmente com as artes digitais.

17ª Mumia

De 2 ao dia 7 de dezembro. Em vários pontos da cidade, confira no mostramumia.blogspot.com .Entrada franca.