A Mostra Córregos Vivos, que aborda a preservação da bacia hidrográfica do Cercadinho, em Belo Horizonte, está disponível a partir desta terça-feira (9) de forma virtual. Desenvolvido pelo grupo de pesquisa em arte e arquitetura "Terra Comum", que conta com a participação de estudantes das escolas de arquitetura das universidades estadual e federal de Minas Gerais, o projeto questiona o princípio de ocupação territorial na capital, pensado a partir do traçado das vias e do parcelamento da terra, onde córregos foram tamponados e violentados ao longo da história.
O trabalho articula memória e experiências dos moradores da região dos córregos Cercadinho e Ponte Queimada através da produção de um curta-metragem, exposição de pinturas e um banco comunitário em prol do desenvolvimento da bacia hidrográfica.
A proposta da mostra, segundo os oragnizadores, é pensar possibilidades de ocupar o território de uma maneira mais saudável e respeitosa com o meio ambiente. As margens e redondezas dos córregos abrangem os bairros Buritis, Estoril, Estrela Dalva, Havaí, Palmeiras e Marajó, na regiões Oeste de Belo Horizonte.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte, hoje são mais de mil nascentes cadastradas na capital mineira. “A gestão das águas representa uma problemática em dimensão local, nacional e global. Historicamente, no Brasil, a maioria das nascentes, córregos e rios urbanos são canalizados, enterrados, associados aos esgotos, e as margens usadas para vias de trânsito rápido”, afirma a a coordenadora do projeto, artista e arquiteta, Louise Ganz ao defender que “as bacias hidrográficas deveriam ser o ponto de partida para a vida cotidiana, ambiental e cultural”.
Mostra
Os projetos foram desenvolvidos entre os meses de setembro e novembro, por seis grupos temáticos, com os moradores da região. Foram realizados também debates, com a presença de convidados especialistas e ativistas, que podem ser acessados na plataforma virtual do projeto.
Também integra a Mostra o projeto "Correspondências" que consiste na troca de histórias, percepções, conhecimentos, imagens e outros entre pares de pessoas convidadas, a partir das experiências relacionadas às águas.
Os convidados são artistas, membros de movimentos ambientais e comitês de bacia hidrográficas, geólogos, geógrafos, arquitetos, moradores ribeirinhos, historiadores, escritores, jardineiros e criadores de peixes. São disponibilizados no site catálogo impresso e materiais pedagógicos do projeto.