Fugindo das grandes aglomerações, o bloco do Peixoto mudou seu itinerário e o horário de saída do bloco e deu um nó na cabeça dos foliões desavisados. Antes marcado para sair às 8h30 da rua Domingos Vieira, 1, no bairro Santa Efigênia, a concentração migrou para a rua Manaus, na altura do número 348, em frente ao Espaço Comum Luiz Estrela.

Tradicionalíssimo, o Peixoto põe seu bloco na rua desde 2009 e, neste ano, temia uma reunião de milhares de pessoas no cortejo, como mencionou um dos organizadores, que preferiu não se identificar. 

Foliã convicta, a publicitária e gestora de pequenas feiras Sandra Lúcia Minchilo, 55, peregrinou desde às 8h até descobrir que houve mudança. Mas ela não reclama, pelo contrário. 

"Acho sensacional, por ser uma estratégia para que só quem seja alinhado com o bloco consiga chegar, atraindo amigos e amigos de amigos", diz ela, que é de Guaranésia, no interior do Estado, e vive na capital há 44 anos. Desde 2013, ela acompanha a folia na cidade, mantendo a tradição de buscar uma festa de atmosfera familiar. Por isso, ela busca blocos menores e sem presença de trio elétricos.

A ambulante Karina Souza, 33, já conhece a fama do Peixoto em fugir das aglomerações. Por isso, saiu de casa mais cedo. Neste ano, ela buscou o bloco justamente por querer mais calmaria em seu trabalho no último dia de Carnaval.

Trabalhando todos os dias da folia, o varredor Helberth de Souza, 20, não reclama de ter sido impossível cair na festa. Hoje, ele conta ter sido mais um a ser pego de surpresa pela mudança de itinerário do bloco do Peixoto. 

"A gente estava varrendo na praça e, agora, do nada, mandaram vir pra cá", conta ele, que trabalhava na limpeza da rua Manaus enquanto os foliões começavam a se reunir no local.

O trabalhador é só elogios ao Carnaval de BH. Diz que o público tem sido educado e também notou maior cuidado em relação ao descarte de vidro em relação a anos anteriores - algo que evita acidentes de trabalho.