Curso

Retratos de Três Cidades do Brasil

Iniciativa examina metrópoles a partir das suas representações pelas artes plásticas, cinema, fotografia, literatura e arquitetura no período moderno

Sex, 27/09/19 - 20h22
O projeto da Pampulha, de Niemeyer: Belo Horizonte está entre as cidades que terão traços arquitetônicos abordados no curso | Foto: Leo Fontes/O Tempo 16.2.16

Terá início neste sábado, 28, no Espaço 670 (rua do Ouro, 670, Serra),  com desdobramente no domingo, 29, o curso "Retrato de Três Cidades do Brasil: Poética Urbana, Modernidade e Identidade Cultural". Ministrada por Luis Antonio Jorge e Marina Grinover, professores da FAU-USP, a iniciativa examina as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, seus lugares, a partir das suas respectivas representações, ou retratos, realizadas pelas artes plásticas, pelo cinema, pela fotografia, pela literatura e pela arquitetura no período moderno quando o Brasil se urbaniza de fato.

A partir de uma seleção de tais registros, será estabelecido o papel da produção cultural para o entendimento do texto-cidade. "O trabalho de pesquisa que fundamenta este curso é fruto da investigação junto ao grupo de Pesquisa do CNPq 'Representações dos lugares na Cultura Brasileira', do qual fazemos parte, o Luis como  coordenador e eu, como pesquisadora pós-doutoranda", conta Marina, à reportagem.

A intenção, prossegue Luís Antonio, é examinar simultaneamente as manifestações artísticas de uma seleção de três cidades brasileiras, buscando compreender as características que condensam uma identidade e que se expressam na criação dos lugares urbanos. "Os autores escolhidos para nos contar essas características são escritores, poetas, artistas plásticos, músicos, arquitetos, fotógrafos, cineastas. A partir da leitura de obras de arte, da aproximação com a linguagem artística, observar a poética urbana significa, em grande medida, identificar a qualidade das nossas identidades culturais", conta ele

Marina Grinover frisa que o Brasil, com sua grandeza de terras, com suas diferenças de origens, sociais, econômicas, com sua história ainda curta para sedimentação de grandes tradições homogêneas, "compõe sua identidade, sua coesão de povo, desta constelação de manifestações".

"Nós aqui, nessas aulas, vamos procurar compreender este fio, certa tensão, entre essa força agregadora, unificadora, e as profundas particularidades de cada cidade, manifestas nas artes e na forma como cada povo-Brasil ocupou seu lugar. Portanto uma aproximação histórica, pois a ordem dos fatos tem peso e consequência, mas principalmente porque na manifestação destas linguagens, na busca da poesia destes artistas, se fez nossa história, se construiu a cultura Brasileira", assinalam Marina e Luis.

A beleza deste curso, ainda de acordo com a pesquisadora, é que esta póetica se apresenta em uma constelação de personagens artistas, "de um encontro que resulta em certa coesão de expressão que tem relação direta com o lugar e o tempo histórico". "Mas podemos apontar que, na música, Tom Jobim é estruturante, na arquitetura, a obra de Oscar Niemeyer; no Cinema, a de Nelson Pereira dos Santos; na poesia, Carlos Drumond de Andrade e Manuel Bandeira são expressivos, mas tem também Guimarães Rosa, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Guignard, Hélio Oiticica, João do Rio, Pedro Nava, Pixinguinha, Vinícius de Morais  - e assim por diante", arremata Luis.

Em tempo: as inscrições podem ser feitas pelo Sympla. Informações: 9 9664-1932


 

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