DICAS DE QUARENTENA

Segunda edição do festival LGBT online reúne mais de 30 horas de programação

Djamila Ribeiro, Preta Gil e Majur são algumas das atrações do evento online, produzido por pessoas transgêneras; veja o line-up

Ter, 19/05/20 - 17h01

Mais de 30 horas de uma programação que preza pela diversidade, distribuída entre talks, oficinas, performances, Dj sets e shows. Essa é a proposta da segunda edição do festival LGBT online MARSHA! Entra no CCSP, que reúne música, política, moda, arte e cultura e acontece até a próxima sexta-feira, dia 22.

A programação será transmitida pelas plataformas - Instagram e YouTube - do projeto. Desta vez, a proposta tem parceria com o Centro Cultural São Paulo (CCSP) e e apoio da prefeitura de São Paulo. 

O festival é promovido pela MARSHA!, coletividade sociocultural cujo nome é uma homenagem a Marsha P. Jhonson, mulher trans líder da revolta de Stonewall e ícone da resistência LGBT no mundo todo. O grupo promove ações afirmativas para a população Transgênera desde 2018 na capital paulista.

De acordo com Ana Giselle, multiartista, produtora cultural e idealizadora da coletividade MARSHA!, a ideia do festival foi muito embasada em gerar estratégias de sobrevivência durante a pandemia para a população transgênera. O evento promove uma campanha de financiamento coletivo que visa gerar capital e auxílio para a população transgênera em tempos de pandemia para conter o novo coronavírus.

"Toda essa movimentação também surge a partir da emergência e necessidade de sobrevivência de pessoas trangêneras, que é a proposta da MARSHA!, que é justamente reistituir a vida e a humanidade dessas pessoas. Apenas 4% dessa população possuem emprego fixo e, nesse contexto, nos vimos desamparadas, sem possibilidades de ter uma renda, ainda que autônoma", explica ela.

A primeira edição do festival, que aconteceu nos dias 4 e 5 de Abril, conseguiu arrecadar 38 mil reais através de um financiamento coletivo, valor revertido em cestas básicas e subsídio para a população transgênera em situação de vulnerabilidade social. 

Atrações. No time de atrações estão nomes como Preta Gil, Pepita, Majur, Noporn, Kaya Conky, Djamila Ribeiro e a cartunista Laerte Coutinho, artistas e intelectuais de diferentes vertentes e lugares do Brasil. "Tem uma frase que fala assim: 'basta erguer um muro para que hajam fendas & basta haver fendas para que nasçam flores'. O mundo é de todos nós e está sendo um orgulho adentrar todos esses espaços, ocupar e contemplar as diversidades, multiplicidades e diferenças", disse. "Somos todos diferentes e é por isso que nos contemplamos", finaliza. 

Além do festival, acontece também a primeira exposição institucional online do Brasil totalmente composta e curada por pessoas trans e travestis, a Marsha! Transvisual, disponível no site do CCSP até o dia 18 de julho. "São treze artistas, do Norte do Nordeste do país, indígenas, negras, intelectuais, subversivas... é sem diversificado e plural, assim como somos. Existe uma forma de transver a arte e o mundo; e é preciso ser ouvida.  Por um mundo onde as oportunidades, a inserção e ascensão possam ser coletivas, plurais e justas, de fato!", disse Ana Giselle.

Veja a programação completa:

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