Habitação

Eleições em BH: Áurea fala de políticas de moradia em agenda com ocupações

Candidata se comprometeu com o fim dos despejos e defendeu a destinação de prédios que não cumprem função social para habitação popular

Por Thaís Mota
Publicado em 28 de outubro de 2020 | 17:41
 
 

A candidata à Prefeitura de Belo Horizonte, Áurea Carolina (PSOL), e seu candidato a vice, Leonardo Péricles (UP), apresentaram suas propostas para moradia e população em situação de rua durante um encontro com representantes de ocupações urbanas da capital mineira na tarde desta quarta-feira (28).

A reunião aconteceu no pátio da ocupação Anita Santos, no bairro Prado, região Oeste de BH, que existe há pouco mais de três anos e abriga 21 famílias de ex-moradores de rua. “As ocupações são um sinal concreto de que o povo busca alternativas quando o poder público não oferece resposta. E acesso a moradia garante também o acesso à saúde pública e ao emprego, já que é necessário uma referência de endereço para obter um trabalho fixo”, explicou a coordenadora da Pastoral de Rua na Arquidiocese de BH, Claudenice Rodrigues Lopes, que também participou do encontro.

Moradora da ocupação e uma das representantes do grupo que mora no espaço, Alessandra Martins Cordeiro, de 39 anos, disse que a principal reivindicação é o direito reconhecido à moradia. “O que a gente pede é o direito de morar porque até hoje não se construiu uma política de moradia em Belo Horizonte. Temos mais imóveis desocupados do que pessoas em situação de rua, mas nada é feito”, disse ela, que  também é agente social no Centro Estadual dos Direitos Humanos da População de Rua e dos Catadores de Materiais Recicláveis (CEDDH-MG).

Após ouvir moradores da ocupação Anita Santos e também de outras ocupações e movimentos sociais de luta por moradia, Áurea Carolina disse que está comprometida com uma política de despejo zero na capital mineira.

A candidata também falou sobre sua proposta de destinar prédios públicos abandonados no centro da cidade para moradia. “É preciso enfrentar a especulação imobiliária e dar uma destinação de imóveis que hoje não cumprem função social para a moradia popular”, afirmou.

Ela ressaltou ainda a importância de um diagnóstico acerca da situação atual da população de rua em BH. “É preciso saber o tamanho dessa população hoje”, disse. Segundo a candidata, esse diagnóstico é fundamental para a criação de políticas públicas para solucionar o problema na cidade.