Saúde

Etnia teria influência no odor da cera de ouvido 

Substância em caucasiano tem componentes orgânicos mais voláteis que a de alguém do leste asiático; cera pode ser repositório de odores produzidos por doenças e pelo ambiente

Por Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2014 | 03:00
 
 
Gene também poderia contribui para determinar o tipo de cera Foto: STOCKXPERTS

Um novo estudo relata que o odor da cera do ouvido de uma pessoa depende, em parte, de sua origem étnica, o que sugere que a substância pode se uma fonte de informações pessoais ignorada.

Pesquisadores do Centro Monell de Química dos Sentidos, nos Estados Unidos, descobriram que a cera de ouvido de um homem de origem caucasiana possui componentes orgânicos mais voláteis que a de um homem do leste asiático. Os dois grupos possuem 12 componentes em comum, dos quais, 11 são mais abundantes nos homens caucasianos.

Pesquisadores da Monell já tinham descoberto que o odor das axilas contém pistas para a idade, condições de saúde e o sexo de uma pessoa. Eles suspeitam que a cera de ouvido talvez contenha marcadores semelhantes, já que um estudo de 2006 descobriu que um gene relacionado ao odor das axilas – que também varia de acordo com a etnia – contribui para determinar o tipo de cera de ouvido de uma pessoa. Por exemplo: pessoas do leste asiático estão mais propensas a produzirem uma cera de ouvido seca.

“Estamos no início da investigação de uma secreção formada por biofluídos totalmente nova e interessante que ainda não foi analisada dessa forma”, afirmou George Preti, especialista em química orgânica da Monell e autor sênior do novo estudo.

Preti afirmou que, como a cera de ouvido, ou cerume, é essencialmente gordurosa, é provável que seja um repositório de odores produzidos por doenças e pelo ambiente e, por esta razão, uma ferramenta de diagnóstico potencial valiosa. Um estudo de 2013 mostrou que a cera de ouvido de baleias contém evidências da exposição desses animais a agentes poluentes e de hormônios do estresse. Além disso, o odor da cera de ouvido humana também é um indicador conhecido de aminoácidos de cadeia ramificada, que são expelidos por pessoas com leucinose.