Dieta

Moda fitness, tapioca é reprovada em testes

Marcas do derivado da mandioca pecam no excesso de sódio e conservantes

Por Da Redação
Publicado em 02 de setembro de 2016 | 03:00
 
 
Preparo. Opção mais leve utiliza pouca tapioca e recheio com queijos magros Foto: Alisson Gontijo - 29.06.2010

Ela não tem glúten, não exige gordura em seu preparo e pode ser consumida em qualquer refeição do dia. Tantos atrativos fizeram com que a tapioca, iguaria originária do Norte e do Nordeste do país, conquistasse os adeptos da vida fitness. Mas o que muitos podem não saber é que algumas das marcas mais consumidas contêm sal e conservantes sem necessidade, além de bactérias, conforme análise recente feita pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).

Das nove marcas testadas, a farinha Akio, por exemplo, apresentou 36,7 mg de sódio em 100 g, valor mais de três vezes superior ao do segundo maior do teste – a marca Taeq, com 12 mg em 100 g. As marcas Sabor da Paraíba, Cisbra e Chinezinho também foram reprovadas. Quantidade de bactérias acima da permitida foi encontrada nas farinhas Taeq e Cisbra e pode causar intoxicação alimentar.

De acordo com a advogada da Proteste Lívia Coelho, o consumidor deve ficar atento na hora da escolha, comparar as marcas, escolher o rótulo mais completo e, em caso de algum problema, procurar os órgãos de defesa. “O consumidor acaba optando por esse produto acreditando que a tapioca é saudável, mas, em função do sódio e dos conservantes, ela acaba causando prejuízo à saúde, já que o excesso de sal pode acarretar hipertensão”, afirma.

Emagrecimento. Quando a análise vai para o lado nutricional, o alimento à base de goma de mandioca também não é bem-visto por nutricionistas. “Indispensável” em muitas dietas, a tapioca é pobre em nutrientes e esconde alguns perigos, principalmente se usada de forma exagerada como tem sido feito, avalia a nutricionista do Spa Mitra Brenda Ribas Matoso.

Duas colheres de sopa de tapioca contêm 70 kcal, em média, mas a nutricionista afirma observar pessoas usando o equivalente a um copo americano da farinha, o que corresponde a 300 kcal. “Para quem quer emagrecer, não é vantagem nenhuma. Ela é calórica, tem alto índice glicêmico, e essa característica faz com que a glicose suba demais. A pessoa não gasta essa energia toda, e isso vira gordura. Além disso, como a tapioca não tem nada de fibras, muitas pessoas que substituem os cereais integrais reclamam de constipação (intestino preso)”, afirma Brenda.

A especialista diz ainda que quem treina pela manhã e quer ter um ganho de massa muscular precisa, sim, de um pico glicêmico – e a tapioca pode fazer isso –, mas, para quem não faz atividade física e quer emagrecer, ela não é a melhor opção. “As pessoas buscam mágica”, afirma.,

Pão caseiro é ainda melhor

Segundo a nutricionista Brenda Ribas, a tapioca não é mais saudável do que o pão caseiro, por exemplo. “O ideal seria que as pessoas parassem de consumir tanta farinha, seja tapioca ou de trigo, e começassem a colocar outros ingredientes, como batata-doce, frutas com casca (como goiaba), com baixo índice glicêmico. Uma panqueca feita com aveia, banana e ovo é muito melhor do que a tapioca”, sugere.

Flash

Normas. A Proteste também solicitou à Anvisa a unificação de duas normas para diferentes grupos de alimentos, que incluem a tapioca.

[infografico ID] 1.1364498 [/infografico ID]