O que Hitler, Charles Chaplin, Salvador Dali, Santos Dumont e Albert Einstein têm em comum? O famoso bigode! Artifício dos homens para reforçar a masculinidade, após um tempo em desuso, ele volta a enfeitar os rostos masculinos, tornando-se também item fashion para as mulheres em blusas, calças, jaquetas e acessórios.
A mania que tomou conta dos fashionistas de plantão tem origem no Movember, uma mistura de moustache (bigode em inglês) e november (novembro). O movimento, surgido em 2003, arrecada fundos para a luta contra o câncer de próstata e acontece sempre em novembro, em vários países, como Estados Unidos, Canadá, Irlanda, Espanha, África do Sul, Nova Zelândia. O Brasil ainda não faz parte do roteiro oficial, mas muitos já estão aderindo à onda. Como? Deixando a barba crescer!A regra para participar é barbear o rosto e a partir do dia 1º de novembro deixar crescer um bigode, que se tornará o símbolo da saúde masculina.
Independentemente do movimento, o bigode faz sucesso, seja na moda ou na ala masculina. Lula Rodrigues, editor de moda masculina, explica que esse retorno teve início há cerca de três anos. "No início século XX, o bigode era um acessório que impunha respeito. Já no século XXI, os rapazes começaram a limpar todos os pelos do corpo como forma de se diferenciar dos pais e avós. Mas, ao mesmo tempo em que se depila, ele quer mostrar a masculinidade por meio da barba", revela.
Luciano Castro, proprietário do salão Kbloo, afirma que o bigodismo demonstra "a queda dos preconceitos, liberdade para a revitalização de modismos e necessidade de se criar novas aparências". "O uso do bigode vem aumentando, e o preconceito contra o "mustache" como ícone de velhos ou gays vem sendo substituído por referência de homem descolado, moderno e charmoso", afirma.
No entanto, é preciso ter estilo e atitude para adotar o look, além de muita paciência para cuidar dos fios, que exigem atenção redobrada. "Para quem fuma, existem xampus especiais para tirar o amarelado. Já no caso de quem tem os pelos brancos, a dica é pinta-los", aconselha o empresário, que não tem bigode. "Tenho a barba muita rala e com pelos brancos. Embora ache que incomode um pouco, acho que ficaria bem charmosão", garante.
Queridinho
O empresário André Macedo, do Coletivo Imaginário, é um adepto do famoso "bigodão". Há nove meses sem fazer a barba, por pura preguiça mesmo, como confessou ao Pandora, na última semana, ele finalmente resolveu livrar-se dos pelos no rosto. Menos do bigode. "Gosto muito do visual e até me sinto mais seguro, pois acho que reforça a ideia de masculinidade", revela André, que realizou a mudança no dia 22 de outubro, quando é celebrado o famoso Dia do Bigode entre alguns estudantes da UFMG. "É tipo uma lenda, ninguém sabe como nem quando surgiu, mas todo ano rola uma festa neste dia para celebrar os "bigodudos", conta.
Neste ano, a comemoração foi no Studio Bar e contou com premiação para o melhor bigode e até show com o melhor do repertório do guitarrista Jimi Hendrix - fã dos pelos acima dos lábios. "Pelo segundo ano consecutivo, o pessoal da UFMG escolheu o nosso bar para a festa, que foi muito prestigiada. Todo mundo aderiu ao bigode e até as mulheres participaram, com pelos sintéticos", revela o assessor de marketing da casa noturna, Daniel Neto.
E para quem acha que a ala feminina desaprova o look, engana-se. A namorada de André, por exemplo, gosta e aprova o bigode. "Quando a conheci, as amigas dela chegaram para mim dizendo que até que enfim ela tinha encontrado um cara de bigode!", conta ele.