Conferência sobre o clima

Pedidos de ação urgente pelo clima crescem na abertura da COP 25

“Realmente queremos entrar para a história como a geração que agiu como o avestruz, que brincava enquanto o mundo queimava?, questionou secretário da ONU

Por Da Redação
Publicado em 03 de dezembro de 2019 | 21:00
 
 
Ativistas fazem protesto em frente à sede da COP 25, em Madri, durante a chegada dos participantes Foto: GABRIEL BOUYS / AFP

Os pedidos de ação urgente e resoluta para salvar a humanidade dos problemas provocados pela mudança climática se multiplicaram na abertura da 25ª Conferência do Clima da ONU (COP 25), nesta segunda, em Madri, ante temores de que a reunião possa ficar abaixo das expectativas.

Relatórios alarmantes divulgados por cientistas, desobediência civil, manifestações de milhões de jovens. Desde o ano passado, os países signatários do Acordo de Paris são alvo de uma pressão sem precedentes, resumida na hashtag escolhida para as duas semanas de reunião: #TimeforAction.

Os quatro últimos anos foram os mais quentes já registrados no planeta. Após ter tido o mês mais quente da história, em julho, o ano de 2019 deverá se somar ao “top 5’ e inclusive se situar como o 2º ou o 3º mais quente, segundo a Agência Oceânica e Atmosférica americana (Noaa).

Os apelos por ação urgente foram repetidos no dia de abertura da COP 25. “Realmente queremos entrar para a história como a geração que agiu como o avestruz, que brincava enquanto o mundo queimava?”, questionou o secretário geral da ONU, Antonio Guterres.

Diante dos representantes de quase 200 signatários do Acordo de Paris, entre eles 40 chefes de Estado ou de governo, Guterres pediu uma escolha entre a “esperança” de um mundo melhor e a tomada de ações, ou a “capitulação”.

Na cerimônia de abertura do evento, que acontece em Madri depois que o Chile desistiu de abrigar a reunião em consequência da revolta social no país, Guterres destacou sua “frustração” com a lentidão das mudanças, insistindo na necessidade de atuar de forma urgente.

Protestos

  • Alemanha. Mais de 630 mil pessoas manifestaram em pelo menos 500 cidades, segundo o movimento Fridays for Future. 
  • Espanha. Cerca de 1.700 pessoas se manifestaram em Madri.
  • França.Militantes protestaram contra o consumismo da Black Friday, bloqueando centros de distribuição da Amazon.
  • EUA. Dezenas de ativistas se reuniram no Capitólio, em Washington, para celebrar um funeral simbólico do planeta. O protesto contou com a atriz Jane Fonda.