Assim como a pele do rosto e de todo o corpo, a região da vagina também envelhece. Por isso, acabar com a flacidez e remodelar o tecido que se modifica, especialmente após sucessivos partos normais e o início da menopausa, é um dos principais pedidos nos consultórios de ginecologia e nas clínicas de cirurgia plástica.

Uma das principais novidades é uma técnica não invasiva que utiliza um laser fracionado para estimular a regeneração e a formação do colágeno por meio da geração de calor.

O procedimento vem sendo procurado principalmente por mulheres na menopausa, período em que as fibras do colágeno diminuem e ficam desorganizadas, conforme explica a coordenadora do ambulatório de sexualidade humana do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Elsa Gay.

“A mucosa vaginal se modifica: a espessura fica menor, com menos vascularização, menos lubrificação e maior desconforto urinário. Ressecamento, ardor durante o sexo, cheiro diferente e escape de urina são alguns sintomas”, diz.

O envelhecimento vaginal é provocado também por cirurgias, quimioterapias, alguns medicamentos e também anabolizantes. Segundo Elsa, 50% das mulheres depois da menopausa podem ter sintomas de atrofia vulvovaginal devido à diminuição do estrogênio (hormônio feminino). Mulheres na pré-menopausa e amamentando representam 20%.

A ginecologista conta que muitos médicos indicam o uso de lubrificantes na hora da relação sexual, mas como eles geralmente são à base d’água, secam logo em seguida. “O laser utiliza pulsos de energia que atuam em diferentes profundidades da mucosa vaginal, até chegar ao tecido onde estão essas fibras”, afirma.

O procedimento não requer anestesia e pode ser realizado em consultório. O tratamento completo costuma ter indicação de três sessões que duram, em média, 30 minutos e um intervalo de um mês entre elas. Antes da aplicação é imprescindível a avaliação ginecológica.

De acordo com a médica, o procedimento é indolor, e a cicatrização é rápida. A paciente pode retomar a rotina de imediato, e a atividade sexual, em até cinco dias. “Essa regeneração do colágeno reforça a estrutura da vagina, melhorando a contração, que, por sua vez, também contribui para a melhora do controle da incontinência urinária. Mas o principal resultado é a melhora da lubrificação e do desempenho sexual”, diz.

O laser é contraindicado para pacientes oncológicas ou com infecções, que já tiveram herpes genital, deficiência do colágeno, que fazem uso de corticoides e diabéticas descompensadas.

Recorde. Líder mundial em cirurgias plásticas, o Brasil é o segundo país que mais realizou procedimentos de rejuvenescimento íntimo em 2015, ficando atrás apenas da Índia, de acordo com relatório da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps).

Para o médico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) Eduardo Cabral esse crescimento se intensificou após o surgimento do Viagra, pois levou as mulheres a quererem se sentir mais confiantes sexualmente. “O rejuvenescimento vaginal é um conjunto de procedimentos que visa a melhoria estética e funcional da região íntima, fundamental para a mulher se sentir mais confiante. Hoje temos um arsenal de terapias que podem ser utilizadas, desde opções cirúrgicas até fisioterápicas”, diz. Os procedimentos cirúrgicos mais comuns são a ninfoplastia, o enxerto de gordura e a vaginoplastia.

Preço. A sessão do laser fracionado para rejuvenescimento íntimo pode custar a partir de R$ 1.500.