Futuro próximo

Tecnologia permite ativação de senhas pelo pensamento

Sensores elétricos captam e analisam ondas cerebrais que liberam o acesso

Por Da Redação
Publicado em 06 de novembro de 2018 | 04:00
 
 
Método. Senha é formada por um conjunto de informações mentais analisadas depois que o usuário tem contato com estímulos externos Foto: Universidade de Binghantom/divulgação

As tradicionais senhas com letras e números podem ser hackeadas sem muita dificuldade. Para garantir mais segurança aos usuários na atividade rotineira de acessar computadores, smartphones e outros equipamentos, elas estão sendo substituídas por digitais, escaneamento da retina e reconhecimento facial. Mas nem tudo é perfeito.

A fim de evitar que os usuários corram riscos, pesquisadores da Universidade de Binghantom, nos EUA, estão trabalhando para que, num futuro próximo, senhas cerebrais possam desbloquear aparelhos eletrônicos. Isso só se tornou possível depois que eles descobriram que o cérebro de cada pessoa reage de forma distinta ao ser exposto a uma imagem, a um texto ou a uma música.

“Esse processo é automático e inconsciente, de forma que a pessoa não pode controlar as respostas cerebrais aos estímulos. E toda vez que uma pessoa vê uma foto de uma celebridade, por exemplo, o cérebro dela reage exatamente da mesma forma. E diferentemente de todas as outras pessoas”, explicaram os pesquisadores Wenyao Xu, Feng Lin e Zhanpeng Jin ao jornal “Daily Mail”.

Essa reação mental – exclusiva e individual – é capaz de criar uma “senha” única e inimitável para autenticações. E, para melhorar o processo, uma combinação de imagens, palavras e sons a tornaria ainda mais complexa e perfeita para verificações de segurança.

Como funciona

O processo se inicia quando o usuário coloca um tipo de capacete composto por 32 sensores elétricos. A sua frente, uma tela de computador exibe a foto do rosto de uma celebridade, a figura de um animal e um texto pequeno.

Durante a exposição a esses estímulos, os sensores captam, analisam e registram as ondas cerebrais da pessoa. Em seguida, elas são armazenadas na memória do computador.

Quando o usuário deseja efetuar o login para ter acesso a um determinado lugar – como uma agência bancária, por exemplo –, ele coloca o capacete na cabeça e observa a sequência de imagens e palavras. Um software compararia suas ondas cerebrais naquele momento com o que havia sido armazenado inicialmente – e concederia ou negaria o acesso, dependendo dos resultados.

“Todo o processo levaria cerca de cinco segundos para ser concluído, não muito mais do que digitar uma senha em um teclado numérico”, afirma o pesquisador Wenyao Xu.

 

Dificultando a ação do hacker

A verdadeira vantagem das senhas cerebrais entra em cena após o hackeamento de um banco de dados de login, algo quase inevitável. Se um hacker invade o sistema para extrair ou tentar falsificar os sinais cerebrais de uma pessoa, eles se tornam inúteis.

“Uma pessoa não pode mudar o rosto ou as impressões digitais, mas pode mudar a senha do cérebro. É bastante fácil autenticar a identidade de uma pessoa de outra forma, e fazer com que ela defina uma nova senha olhando para uma nova sequência de imagens, palavras e sons diferente da senha inicial, pois os padrões de ondas cerebrais também seriam diferentes”, esclarece o pesquisador Wenyao Xu.

Durante o estudo, ele e sua equipe observaram ainda que a nova senha cerebral dificilmente seria descoberta por qualquer hacker, mesmo que ele tentasse usar as leituras de ondas cerebrais antigas como ajuda.

“As senhas cerebrais são infinitamente reajustáveis, porque há tantas fotos, palavras e sons possíveis e uma vasta gama de combinações que podem ser feitas a partir deles. Não há como fugir dessas medidas de segurança aprimoradas por esse tipo de biometria”, diz Xu.