Saúde

Uma entre dez pessoas no país tem problema nos rins, e não sabe

Sinais simples, como pele seca, podem indicar início de casos graves

Por Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2017 | 03:00
 
 
Aparelho de diálise facilita tratamento de pacientes em casa Foto: Baxter/Divulgação

SÃO PAULO. Um em cada dez brasileiros tem algum tipo de lesão renal e não sabe, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). No entanto, oficialmente, apenas 122 mil pessoas mil pessoas são diagnosticadas com doenças como lúpus, cólica, câncer, entre outras. Esses são alguns dos resultados do Censo Brasileiro de Nefrologia, feito no ano passado e apresentado neste mês. A entidade alerta que o diagnóstico precoce com exames de urina ou sangue pode prevenir quadros graves.

Um dos fatores de maior apreensão dos profissionais de saúde é a confusão dos sintomas de lesões renais com os de outras doenças, como apendicite ou dor no nervo ciático (responsável pelo movimento muscular das pernas), podendo retardar o tratamento nos rins.

“São sintomas como fadiga, pele seca, dores de cabeça e perda de peso não intencional, bastante comuns em outras enfermidades”, aponta a nefrologista Carmen Tzanno Branco Martins, presidente da SBN.

O rim é chamado de “órgão do equilíbrio”, por ser capaz de eliminar substâncias tóxicas em excesso no corpo, regular o volume e a composição dos líquidos endócrinos e controlar a pressão arterial. Qualquer pessoa, de qualquer idade, pode desenvolver alguma doença renal, mas a especialista explica que existem grupos de riscos: “Aquelas pessoas que possuem histórico familiar, além daquelas que têm uma rotina que não inclui boa alimentação nem prática de exercícios físicos”, diz Carmen Martins.

Tratamentos. Para quem já desenvolveu alguma enfermidade na região, há quatro formas de tratamento: a hemodiálise (uso de equipamento específico que filtra o sangue e o devolve ao corpo do paciente com menos impurezas), diálise peritoneal (equipamento que infunde e drena uma solução especial diretamente no abdômen do paciente, sem contato direto com o sangue), uso de medicamentos como antibióticos e diuréticos e, por último, o transplante de rim.

Essas terapias são consideradas dinâmicas pelos especialistas, podendo ser utilizadas a qualquer momento e substituir uma ou outra sem prejuízo à saúde.

Segundo a nefrologista Geovona Basso, gerente médica da área renal da Baxter, todas as doenças renais têm tratamento, mas o diagnóstico precoce é o aliado mais importante. “Se o problema for descoberto o quanto antes, menor será a chance de se recorrer ao transplante, que é o último e mais delicado tratamento”, afirma.

 

Tecnologia

Aparelho permite diálise em casa

SÃO PAULO. Um novo aparelho, lançado no mês passado, promete auxiliar no tratamento dos pacientes renais. A empresa americana Baxter desenvolveu o Homechoice Claria, equipado com o sistema chamado Sharesource, que permite o acompanhamento médico de diálise domiciliar a distância.

De acordo com a companhia, o processo acontece por meio de uma plataforma de tecnologia em nuvem, que permite aos profissionais da saúde visualizar, com segurança, dados relativos à diálise recém-concluída, que são coletados automaticamente após cada sessão feita pelo paciente.

A partir daí, esses profissionais podem agir sobre tais informações, ajustando, de forma remota e segura, as configurações dos dispositivos domésticos de cada pessoa sem que haja locomoção até a clínica ou hospital.

Carmen Tzanno, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, aponta a necessidade de acesso ao tratamento, uma vez que apenas 7% dos brasileiros têm utilizado esse método em todo o país. (TM)


Flash

Acesso. O Brasil conta com 747 locais especializados em tratamento de doença renal, aponta o Censo Brasileiro de Nefrologia. A maior parte está na região Sudeste (49%), e a menor está na região Norte (4%). O país possui cerca de 5.000 nefrologistas. 

A repórter viajou a convite da Baxter