Especializada no transporte e distribuição, tanto no modal aéreo quanto no rodoviário, de medicamentos, produtos para a saúde e equipamentos, a mineira Biotech Logística está se expandindo. Com sede em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde mantém o centro de distribuição de 22 mil metros quadrados com três câmaras frias, a empresa da farmacêutica Bruna Gitirana acaba de abrir uma unidade em Miami, nos Estados Unidos, e chega no fim deste mês a São Paulo, onde estão grande parte dos clientes multinacionais farmacêuticos.

Além disso, o investimento entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões da companhia previsto para este ano contempla a aquisição de mais veículos para a frota de 20 veículos que são refrigerados e calibrados. A empresa conta também com 27 transportadores agregados. 

“Como grande parte de nossos clientes são multinacionais, eles já têm suas operações em outros países da América Latina, e grande parte dos produtos vêm, em algum momento, na cadeia logística, pelos Estados Unidos. Percebemos essa demanda e começamos a gerar soluções para aqueles que já são clientes”, explica Bruna, que é diretora técnica da empresa.

Outras operações da Biotech envolvem o Japão, onde já há uma equipe de comércio exterior. “Na Europa, estamos sendo qualificados para termos um parceiro, provavelmente suíço”, diz Bruna. 

Com 30 colaboradores, a companhia prevê dobrar esse quantitativo com a abertura do centro de distribuição em São Paulo. Em Miami, além da equipe técnica, a operação já começou, com 20 parceiros.

Entre engenheiros químicos e de produção e farmacêuticos pensando em como melhorar os processos da empresa, há o desenvolvimento contínuo de tecnologias próprias para aumentar o nível de eficiência operacional, segurança e qualidade do transporte e serviço. “Temos mais de dez dispositivos nos veículos da frota da empresa. No controle da carga aérea, utilizamos dispositivos dentro das embalagens”, diz.

Além das indústrias multinacionais, a Biotech já foi operador logístico da Funed com o transporte do soro, plasma e vacina e da Hemobras. Outro cliente é a Hemominas, que faz toda a distribuição de insumos aos hemocentros do Estado. 

Empresa nasceu a partir do sonho de uma farmacêutica 

Antes de ter o próprio negócio, Bruna Gitirana havia trabalhado na indústria farmacêutica. Ela morou no Canadá e, quando retornou, quis implantar um serviço diferenciado de transporte. “A Biotech Logística nasceu de um sonho de farmacêutica para mudar a logística do setor no Brasil e ser uma extensão da indústria farmacêutica”, lembra-se a diretora técnica da Biotech.

O negócio recebeu um investimento inicial de R$ 250 mil de um sócio-proprietário. O dinheiro, segundo Bruna, foi suficiente para a companhia se manter durante um ano e meio e conseguir obter todas as licenças sanitárias necessárias para o funcionamento.

No ano passado, a Biotech Logística recebeu a visita de um parceiro da Suíça, a Lamprecht, operador logístico que existe há mais de cem anos na Europa.

“Quando ele veio conhecer os processos e a infraestrutura da mineira Biotech, ficou impressionado, principalmente com as questões tecnológicas envolvidas. Reconheceu que, em nível mundial, ele desconhece um parceiro que seja como a Biotech. Uma empresa que visa à excelência, qualidade, controle total de todas as operações em tempo real e que investe em capacitação das pessoas”, informa Bruna. 

Trânsito aduaneiro

A Biotech Logística espera obter até o final de março um certificado da Receita Federal – Operador Econômico Autorizado (OEA). “Isso significa que a gente passa a figurar numa lista, que é usada no mundo, de parceiros idôneos para empresas no exterior virem para o Brasil e usarem os serviços desses parceiros. Eles são qualificados pelas Receitas Federais do mundo para que exerçam operações com excelência”, conta Bruna Gitirana. 

Nos certificados, a Biotech tem o ISO 9001, de gestão da qualidade, ISO 31000, que é gestão de riscos, e o Selo de Integridade, concedido pela Prefeitura de Contagem.