Um suposto ataque envolvendo um carro que atropelou pedestres em Tel Aviv nesta terça-feira (4) deixou ao menos cinco feridos, disseram policiais e médicos, no segundo dia de uma grande operação do exército israelense na Cisjordânia ocupada

A polícia recebeu informações de "um carro que atacou vários civis" no norte de Tel Aviv e indicou que então "neutralizou o agressor". Os médicos informaram que cinco feridos foram levados para hospitais, mas a polícia anunciou que o ataque deixou sete vítimas no total. 

 O incidente ocorre no segundo dia da maior incursão militar israelense em anos em Jenin, no norte da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. Tanto a cidade quanto seu campo de refugiados, reduto de grupos armados palestinos, foram palco de várias incursões israelenses recentes.

Os drones sobrevoaram uma cidade nesta terça-feira com lojas fechadas e ruas desertas, repletas de escombros, pedras e barricadas improvisadas, segundo um jornalista da AFP.  O exército israelense disse ter "neutralizado" um poço subterrâneo usado para armazenar explosivos. 

"Os soldados localizaram e desmantelaram duas salas de operações pertencentes a organizações terroristas na área", acrescentou em um comunicado nesta terça-feira.

"Guerra aberta contra a população"  

A operação, que acontece sob o governo mais conservador da história de Israel, utiliza veículos blindados, escavadeiras militares e drones. O exército bombardeou um "centro de operações conjuntas" que, segundo ele, serve como ponto de comando da "Brigada Jenin", um grupo militante local. 

Também atingiu um depósito de armas, um local de "observação e reconhecimento" e um esconderijo para proteger os perpetradores de supostos ataques contra alvos israelenses, afirmou.Desde segunda-feira, "120 suspeitos palestinos" foram detidos e "cerca de 300 terroristas armados ainda estão em Jenin, a maioria deles escondidos", disse o corpo armado. 

De acordo com o Ministério da Saúde palestino, 10 palestinos morreram e 100 ficaram feridos, 20 deles em estado grave. O Ministério das Relações Exteriores palestino denunciou "uma guerra aberta contra a população de Jenin". 

Os confrontos entre as forças israelenses e os palestinos provocaram, na noite de segunda-feira, a fuga de "cerca de 3.000" residentes do campo, onde vivem 18.000 palestinos, segundo o vice-governador de Jenin, Kamal Abu al-Rub. 

Diante de ataques de drones, os palestinos atiraram pedras contra soldados israelenses. Também foram registrados confrontos entre soldados e homens armados em uma mesquita do campo, segundo o Exército, onde disse ter encontrado armas e explosivos. (AFP)