Brasileiras que estudam na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em Portugal, foram atacadas de forma racista e xenófoba nas redes sociais por alunos lusos, confrome investigação da imprensa local.
Entre as mensagens encontradas estão "eu virei gay depois de ter estado com uma brasileira’ ou ‘antes, as brasileiras da FEUP eram um presente para os olhos; agora, são uma cambada de feministas que querem pênis português e não admitem’.
As mensagens foram denunciadas à reitoria da faculdade, que avalia abrir processo disciplinar e apela às vítimas para que elas apresentem queixa formal. Segundo a denúncia, além de alunos, docentes também estariam entre os envolvidos nos atos discriminatórios.
Em entrevista à agência Lusa, Ana Isabel Silva, dirigente da Quarentena Académica, grupo que ajudou a endossar as denúncias, afirmou que o movimento tem recebido acusações de estudantes estrangeiros, principalmente de nacionalidade brasileira, de que estão a ser cometidos "atos de xenofobia e de racismo" por outros estudantes e também por professores, designadamente da "Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP)".
A Quarentena Académica é um grupo de cerca de 30 estudantes universitários portugueses, constituído desde março passado, quando houve o confinamento decretado devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), e que tem vem recebendo inúmeras queixas dos alunos.
Inicialmente, segundo Ana Isabel Silva, os próprios estudantes brasileiros da Universidade do Porto atingidos pelos atos de xenofobia e racismo realizaram a denuncia junto à Reitoria da FEUP. Porém, essa não teria aberto nenhum processo disciplinar.
Em comunicado, o o reitor da FEUP, António Sousa Pereira, reiterou que não tolera “quaisquer atitudes de xenofobia, racismo, machismo ou discriminação, ou atitudes difamatórias e atentatórias do bom-nome e da dignidade individual”.