Após semanas em manchetes dos principais jornais do mundo ao iniciar a aquisição do Twitter, Elon Musk, o homem mais rico do mundo, voltou a ser assunto nesta sexta-feira (20), foco de uma reportagem do site de negócios norte-americano “Business Insider”, que detalha um caso de assédio sexual que ele teria cometido contra uma aeromoça terceirizada da SpaceX, empresa aeroespecial comandada por ele. A empresa teria pagado US$ 250 mil para a mulher se manter em silêncio sobre o caso, segundo documentos aos quais o “Insider” disse ter acesso. 

De acordo com o relato do site, obtido por meio de uma amiga da vítima e outros documentos, Musk teria exposto seu pênis ereto à mulher, que trabalhava na linha de jatos corporativos da empresa, apalpado as pernas dela sem consentimento e oferecido pagá-la por uma “massagem erótica”. O bilionário teria oferecido, inclusive, comprar um cavalo à mulher em troca da massagem, já que ela costumava praticar montaria no animal. Antes disso, ao começar a trabalhar na empresa, ela já teria sido encorajada pela companhia a fazer um curso de massagem para atender Musk. 

O caso teria ocorrido em 2016 e, depois disso, a aeromoça, que era terceirizada, teria recebido cada vez menos trabalho na SpaceX. Ela não era massagista, mas a SpaceX tem tradição em oferecer massagens aos executivos que voam em seus jatos e contrata profissionais especialmente para isso. 

A vítima teria denunciado o caso à SpaceX em 2018 e, sem passar pela Justiça, recebido US$ 250 mil em um acordo para não entrar com um processo ou comentar o caso. A própria mulher não aceitou conversar com o “Insider” e a amiga que revelou a história procurou a revista sem consentimento da vítima, movida, segundo ela, pela responsabilidade de expor o caso de assédio sexual. 

“Há muito mais nessa história”, diz Musk

Procurado pelo “Business Insider”, Musk teria pedido mais prazo para responder e afirmado que “há muito mais nessa história”. “Se eu tivesse inclinação a cometer assédio sexual, dificilmente essa seria a primeira vez que isso viria à luz, em meus 30 anos de carreira”, continuou, chamando a reportagem de “politicamente motivada”. A revista teria estendido o prazo para ele responder às denúncias, mas ele não teria respondido.

Após a publicação da reportagem, Elon Musk escreveu um post no Twitter atacando a matéria. "Os ataques contra mim devem ser vistos pela lente da política – esse é o passo a passo (deplorável) deles –, mas nada vai me impedir de lutar por um bom futuro e pelo direito à liberdade de expressão", publicou. 

O presidente jurídico da SpaceX, Christopher Cardaci, respondeu que não comentaria sobre qualquer acordo e a empresa não não respondeu aos contatos da publicação. 

Esta matéria foi atualizada às 14h03 para incluir o post de Elon Musk feito no Twitter.