Ditadura

Em coma, estudante americano é libertado pela Coreia do Norte

Otto Warmbier foi condenado a 15 anos de trabalhos forçados após roubar um cartaz no país

Por Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2017 | 03:00
 
 
Condenado. Otto Warmbier durante julgamento em Pyongyang; sonífero teria levado ao coma KCNA/AFP - 16.3.2016

WASHINGTON, EUA. A Coreia do Norte libertou o estudante americano Otto Warmbier, condenado a 15 anos de trabalhos forçados por roubar material de propaganda de um hotel, que está em coma há mais de um ano, anunciou sua família nessa terça-feira (13).

“Otto deixou a Coreia do Norte. Está em um voo especial médico no caminho de volta”, indicaram seus pais, Fred e Cindy Warmbier, em um comunicado citado pela emissora CNN.

“Infelizmente, está em coma e fomos informados que ele está nesse Estado desde março de 2016. Recebemos essa notícia há apenas uma semana”, informaram. O estudante é esperado no final da tarde em Cincinnati, Ohio (norte).

Segundo o jornal “The Washington Post”, Otto Warmbier, 22, contraiu uma forma de botulismo pouco depois de seu julgamento, em março de 2016, e recebeu uma dose de sonífero que fez com que entrasse em coma. “Queremos que o mundo saiba como nós e o nosso filho fomos brutalizados e aterrorizados pelo regime pária da Coreia do Norte”, acrescentaram os pais do jovem americano.

O negociador americano Bill Richardson, que participou das conversações para a libertação do estudante, disse que a Coreia do Norte “deveria explicar claramente as causas do coma”.

O Supremo Tribunal da Coreia do Norte condenou em março de 2016 Otto Warmbier depois que ele reconheceu ter roubado um cartaz com um slogan político no hotel onde ele estava hospedado em Pyongyang.

Ele estava na Coreia do Norte por conta de uma excursão organizada pela agência chinesa Young Pioneer Tours. Ele foi preso no dia em que o grupo deveria retornar a Pequim em 2 de janeiro de 2016.

Pior erro. Apresentado à imprensa estrangeira e diplomatas poucas semanas depois, declarou, em prantos, ter cometido “o pior erro” da sua vida”. O estudante americano foi acusado por Pyongyang “de atividades hostis” e de complô contra a unidade da Coreia do Norte.

A diplomacia americana havia pedido à Coreia do Norte que o perdoasse, considerando a sentença excessivamente dura, e havia acusado Pyongyang de usar o jovem como moeda de troca de uma chantagem política.

Ao menos 17 americanos foram presos na Coreia do Norte nos últimos dez anos. Três seguem em detenção. Rex Tillerson disse nessa terça-feira (13) que irá trabalhar pela libertação dos outros três americanos detidos na Coreia do Norte.