Armas

EUA tiveram 212 massacres armados só em 2022; reveja casos recentes

Tiroteio no Texas aqueceu debate sobre controle de venda de armas, alvo de conflitos políticos há décadas

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 25 de maio de 2022 | 09:50
 
 
Massacre no Texas ocorreu menos de dez dias depois de outros dois tiroteios nos EUA ganharem repercussão internacional Foto: Allison Dinner / AFP

Nos 145 dias desde o início de 2022, os EUA registraram 212 massacres armados, segundo o projeto de monitoramento de tiroteios “The Gun Violence Archive”. O massacre cometido por um homem de 18 anos em uma escola de ensino fundamental no Texas, que deixou pelo menos 21 mortos, é o terceiro a ganhar o noticiário internacional só em maio deste ano. 

Em um único final de semana, entre os dias 15 e 16 de maio, dez pessoas foram mortas a tiros em um supermercado em Nova York e, no dia seguinte, outra foi assassinada e cinco ficaram feridas em uma igreja do outro lado do país, na Califórnia. Os dois casos tiveram traços de ódio racial e motivações políticas — em Nova York, o bairro onde ocorreu o crime era predominantemente negro, e o atirador se dizia supremacista branco, e a congregação californiana reunia tailandeses.

As autoridades ainda investigam os motivos por trás do massacre na escola texana, onde a maioria dos estudantes têm origem hispânica, mas conhecidos do atirador dizem que ele tinha sido vítima de bullying ao longo da vida e se tornado progressivamente mais violento. 

O tiroteio dessa terça aqueceu o constante debate sobre controle de venda de armas nos EUA. O presidente Joe Biden declarou que é hora de “enfrentar o lobby das armas” no país e o papa Francisco, ao lamentar as mortes, também disse que é necessário “dizer 'basta' ao tráfico sem controle de armas". 

O ataque foi o mais mortal desde que 14 adolescentes e três adultos foram assassinados em uma escola de ensino médio em Parkland, Flórida, em 2018, e o pior em uma escola primária desde o tiroteio em Sandy Hook, Connecticut, em 2012, que matou 20 crianças e seis funcionários.

O senador democrata Chris Murphy, de Connecticut, onde ocorreu o ataque em Sandy Hook, fez um apelo emocionado a seus colegas para que tomem medidas concretas para evitar mais violência. "Isso não é inevitável, essas crianças não tiveram má sorte. Isso só acontece neste país e em nenhum outro lugar. Em nenhum outro lugar as crianças pequenas vão à escola pensando que poderiam receber um disparo", disse Murphy, ao acrescentar que é preciso "encontrar uma maneira de aprovar leis que tornem isso menos provável", declarou. 

No último mês, Biden aprovou uma lei que endurece a venda de kits caseiros para produção de armas, que vinham sendo comercializados nos EUA sem o número de série do armamento. Agora, as lojas que vendem esse tipo de produto, que era conhecido como "armas fantasmas", precisam ser licenciadas e disponibilizar o número dos equipamentos, para que eles sejam rastreados.

(Com AFP)